CPI COVID: ex-ministro Nelson Teich disse que saiu do cargo por divergência sobre cloroquina e imunidade de rebanho

Em depoimento de quase 6 horas à CPI da Covid hoje, o segundo ministro da Saúde do governo Jair Bolsonaro (sem partido), Nelson Teich, criticou a tese da imunidade de rebanho, classificando-a como um “erro”?

Senadores independentes e oposicionistas no colegiado têm sustentado a hipótese de que Bolsonaro apostou na teoria da imunidade de rebanho e negligenciou medidas de enfrentamento da crise sanitária no país. O discurso de que a maioria dos brasileiros deveria se contaminar com a covid-19 foi repetido por Bolsonaro desde o início da pandemia como argumento para se contrapor às medidas de isolamento adotadas por estados e municípios.

Questionado pelo senador Humberto Costa (PT-PE) se acredita que a imunidade de rebanho pode ser uma das teorias que justificaram condutas e posicionamentos do governo e do presidente, o ex-ministro afirmou que, durante sua gestão, a imunidade de rebanho não era uma questão discutida.

Teich disse ainda que pediu demissão do cargo por falta de autonomia e citou divergências quanto à insistência no uso da cloroquina no tratamento para pacientes com covid-19 como o fator determinante. Até o momento, a cloroquina não tem eficácia comprovada para o tratamento dessa doença e, naquela época, Teich já se posicionava contra a aplicação maciça do medicamento, enquanto integrantes do governo estimulavam seu uso, incluindo o presidente Bolsonaro.

Deixe um comentário