Crise deve demitir 30 mil profissionais de escolas particulares baianas até o fim do ano

(Foto: Ilustração)

“A escola me ligou e apenas ouvi: ‘você está desligada da instituição’. Trabalhava 48 horas por dia para suprir necessidades de pais, colégio, crianças. Sem vida, sem dar atenção a filhos, marido, casa”, conta a professora de Educação Infantil, Amanda*, que pediu para não ser identificada. A pandemia não dá trégua aos professores. Além dos desafios de adaptação ao ensino remoto, ela trouxe uma onda de demissões em massa dos profissionais de educação.

Segundo uma estimativa da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), com a lei que obriga as escolas baianas a darem descontos de até 30%, já em vigor, 30 mil professores que trabalham na rede particular de ensino podem ser demitidos na Bahia até o final do ano.

“Esse desconto vai matar o setor. Há uma perda grande de contratos na Educação Infantil, principalmente de crianças de 0 a 3 anos. Não tem como pagar sem receita e isso pode ocasionar sim, demissões maiores do que as que já estavam acontecendo”, afirma o presidente da Fenep, Ademar Batista Pereira.

O Sindicato de Professores de Escolas Particulares da Bahia (Sinpro-BA) reconhece o aumento do número de professores desempregados. De acordo com a entidade, nos últimos cinco meses, os desligamentos na Educação Infantil e no Ensino Superior alcançaram um patamar entre 30% e 40%, como pontua o coordenador geral do Sinpro-BA, Allysson Mustafa.

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