Cultura do estupro é tema de livro-reportagem de jornalista graduada na UNEB

(Foto: Divulgação)

Uma ideia iniciada no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Jornalismo ganhou proporções maiores e hoje é um livro que está sendo lançado pela Editora Letramento, de Minas Gerais. A obra Silêncios que ecoam: corpos, dinâmica e campo gravitacional da Cultura do Estupro” foi escrito por Dayane Késia em 2017 e contemplado em um edital da Letramento.

O livro está em pré-venda no site da editora até o dia 20 de setembro e nele o leitor ou leitora é convidado a conhecer de que forma a cultura do estupro está presente na sociedade petrolinense. Agressores e vítimas, além de especialistas dão suas contribuições ao trabalho da escritora. Dayane relembra como surgiu o interesse em pesquisar o tema:

“Sempre gosto de frisar que eu sempre tive uma sensibilidade maior a crimes de violência sexual do que com outros. Em maio de 2015 uma notícia infeliz me tocou profundamente, era o caso do estupro coletivo de Castelo do Piauí-PI, a partir dele comecei a pesquisar involuntariamente sobre casos de estupro, dados, textos e todos os fatos relacionados”, relatou ao Blog.

Aproximação com o tema

Antes de iniciar o TCC, a então estudante de Jornalismo na Universidade do Estado da Bahia (Uneb) de Juazeiro abordou o tema em ensaios, artigos e outros trabalhos na academia. Depois, foram seis meses produzindo a obra.

“Tentei entrevistar o maior número de pessoas possível e depois, pelo método de exclusão fui chegando ao número de três agressores. Já as vítimas, foi bem mais complicado, porque tem uma série de fatores que as impediam de falar, como medo, vergonha, trauma e por vezes até mesmo a culpa. Todas as mulheres a quem eu pude entrevistar foram extremamente corajosas e eu agradeço muito a elas cada minuto de entrevista que elas me permitiram”, destaca a escritora e jornalista.

Expocom 2018

“Silêncios que ecoam” foi um dos finalistas na Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom) Nordeste 2018, principal evento de Comunicação da região, tendo concorrido como melhor Livro Reportagem, juntamente com trabalhos e instituições da Bahia, Ceará e Pernambuco.

Com sua obra, Dayane espera provocar a discussão a respeito de um assunto visto por muitos como algo desnecessário ou sob a ótica superficial. “Quando nos deparamos com os dados, nos preocupamos e é importante saber que por trás de cada número tem uma história de dor de uma mulher que perdeu sua liberdade para um homem que por conceitos machistas acha que tem alguma propriedade sobre ela”, finaliza.

Um Comentário

Deixe um comentário