Debates entre acusação e defesa abrem o último dia do Júri dos acusados pela morte do promotor Thiago Faria

O promotor de Justiça foi morto no dia 14 de outubro de 2013, na PE300, na altura do KM 19, sentido município de Itaíba (Agreste)./ Foto: internet

O promotor de Justiça foi morto no dia 14 de outubro de 2013, na PE300, na altura do KM 19, sentido município de Itaíba (Agreste)./ Foto: internet

O último dia do julgamento dos acusados pela morte do promotor de Justiça Thiago Faria Soares começa na manhã desta quinta-feira (27), com os debates entre acusação e defesa. A previsão é de que o Conselho de Sentença se reúna ainda na noite de hoje para deliberar sobre o veredito dos três réus que estão sendo julgados pela prática de um homicídio doloso duplamente qualificado contra Thiago Faria e duas tentativas de homicídio contra a então noiva dele, Mysheva Martins, e o tio dela, Adautivo Martins.

Ao longo dessa quarta-feira (26), os réus José Maria Pedro Rosendo Barbosa, Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vítor da Silva foram interrogados. Todos negaram participação no crime.

José Maria Rosendo, que segundo a denúncia da Polícia Federal teria sido o mandante do crime, informou que tinha desavenças com a família de Mysheva, Lourival Martins, em razão de ter sido vítima de um atentado no ano de 1984 após ter tido um caso com uma tia dela. O réu ainda alegou, por acreditar que ela teria crescido ouvindo histórias desfavoráveis sobre sua pessoa, que o fato de Mysheva tê-lo apontado como mandante do crime seria uma demonstração de que ela tentou imputar-lhe culpa pelo ocorrido. “Eu nunca conheci o promotor Thiago. Não tem lógica mandar matar uma pessoa que não conheço”, declarou.

O réu também afirmou que registrou três armas que pertenciam à Fazenda Nova em nome da esposa e do filho, e explicou sua versão para o fato de ter fugido para Alagoas no dia da morte do promotor. Segundo Rosendo, ele permaneceu foragido por cerca de um ano após o crime por temer pela sua vida, e disse que se entregaria à Justiça assim que fosse assegurada sua integridade física. Ele também negou ter envolvimento com práticas criminosas anteriores, dizendo que não foi condenado nas ações penais a que respondeu.

No depoimento seguinte, José Marisvaldo afirmou que não era funcionário de José Maria Rosendo e que prestava alguns serviços na Fazenda Nova, como comprar palma e cuidar do gado. No momento mais tenso do terceiro dia de julgamento, o réu chegou a discutir com um dos assistentes de acusação e se exaltou ao alegar que não era o motoqueiro do vídeo apresentado como prova de que ele teria cruzado com o veículo do promotor Thiago Faria na cidade de Águas Belas.

As ouvidas foram concluídas com o terceiro réu, Adeildo Ferreira de Souza. Ele repetiu que nunca havia ido às cidades de Águas Belas e Itaíba e que trabalhava como agricultor no sítio do réu José Maria Domingos Cavalcante, cujo júri foi adiado para o dia 12 de dezembro. Em vários momentos, ao ser perguntado, o réu informou não se recordar dos fatos.

Deixe um comentário