Em defesa de aliados, Bolsonaro diz que tomará ‘medidas legais’ para proteger a Constituição

Após a operação deflagrada pela Polícia Federal, nessa terça-feira (16), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender seus apoiadores. Autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a operação cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a parlamentares e apoiadores bolsonaristas. Ela visa apurar a origem do financiamento dos grupos suspeitos de praticar atos antidemocráticos.

Sem citar nomes, Bolsonaro fez uma série de postagens no Twitter na noite de ontem, com críticas indiretas ao fato. “Só pode haver democracia onde o povo é respeitado, onde os governados escolhem quem irá governá-los e onde as liberdades fundamentais são protegidas. É o povo que legitima as instituições, e não o contrário. Isso sim é democracia”, defendeu.

“Luto para fazer a minha parte, mas não posso assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas. Por isso, tomarei todas as medidas legais possíveis para proteger a Constituição e a liberdade dos brasileiros”, frisou.

No final de maio, o Ministério da Justiça chegou a ingressar com um habeas corpus no STF, pedindo que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, seja retirado de um outro inquérito que atinge bolsonaristas, o das fake news. Esse processo também é relatado pelo ministro Alexandre de Moraes.

AUTORITARISMO

Ao defender seus apoiadores, Bolsonaro argumentou que não há traço de autoritarismo em seu governo, mas sim nas ações agora adotadas contra seus aliados. “O histórico do meu governo prova que sempre estivemos ao lado da democracia e da Constituição brasileira. Não houve, até agora, nenhuma medida que demonstre qualquer tipo de apreço nosso ao autoritarismo, muito pelo contrário”, disse o presidente.

No entanto, Bolsonaro já participou de diversos atos promovidos por apoiadores do seu governo, com pautas antidemocráticas, a exemplo do fechamento do Congresso e do STF.

“Queremos a independência verdadeira dos três poderes, e não apenas uma letra da Constituição, não queremos isso. Chega de interferência. Não vamos admitir mais interferência. Acabou a paciência. Vamos levar esse Brasil para frente. Acredito no povo brasileiro e nós todos acreditamos no Brasil” (…) “Peço a Deus que não tenhamos problemas nessa semana porque chegamos no limite, não tem mais conversa. Daqui para frente, não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição”, declarou em um desses atos, no dia 3 de maio, segundo registro do portal Metrópoles. Na ocasião, a equipe de reportagem do jornal O Estado de S. Paulo foi agredida com chutes e socos por bolsonaristas.

Ainda assim, Bolsonaro refuta as críticas. Para ele, o que os adversários apontam como autoritarismo, “não passa de posicionamentos alinhados aos valores do povo”.

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