Especialista afirma que “rejeitos da barragem da Vale chegarão ao Rio São Francisco”

Bombeiros buscam vítimas em Brumadinho. (Foto: Whasington Alves/AFP Photo)

O geólogo e professor doutor em Geografia Física da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jeovah Meireles, afirmou, nesse domingo (27), em entrevista à Agência Eco Nordeste, que os rejeitos de minério de ferro da Barragem 1 da Mina Feijão, em Brumadinho (MG), “chegarão até a Bacia do Rio São Francisco de qualquer forma”.

A barragem, que pertence à mineradora brasileira Vale, rompeu no início da tarde desta sexta-feira (25), deixando, a princípio, 58 mortos e 305 desaparecidos, casas soterradas, além de destruição da fauna e da flora da região. Outra 192 pessoas foram resgatadas com vida. Um ônibus foi encontrado na noite desse domingo com vários corpos.

“A lama contaminada com minério de ferro já atingiu o Rio Paraopeba, que deságua no Rio São Francisco. Então, mesmo que eles tentem conter o seguimento da lama de rejeitos na barragem da Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo, quando houver precipitações acima da média na região, a barragem vai precisar sangrar e os rejeitos vão sair misturados à água. E essa água vai seguir o fluxo do rio, que deságua no São Francisco e em outros, até chegar ao mar. A contaminação irá se espalhar”, explica o professor. 

A ANA comunicou que a “onda de rejeitos” levará de três a quatro dias para chegar à Hidrelétrica de Retiro Baixo – distante 300 km do local do rompimento da barragem da Mina Feijão. Diante dos danos ainda incalculáveis causados tanto à população de Minas Gerais quanto aos seus ecossistemas, a Justiça estadual determinou o bloqueio de R$ 1 bilhão da Vale. O valor será destinado para dar suporte às vítimas e reduzir as consequências do desastre.

Fonte Agência Eco Nordeste

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