Estudantes da UNEB fazem manifestação nas ruas de Juazeiro contra sucateamento e privatização das universidades públicas

(Foto: Anna França)

Com cartazes, faixas, apitos e gritos de guerra contra o sucateamento e a privatização das universidades públicas, estudantes dos cursos de Jornalismo, Pedagogia, Direito, Engenharia de Bioprocessos e Agronomia da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) Campus III, em Juazeiro (BA), foram às ruas na tarde de quinta-feira (11). Os alunos cobraram do governador Rui Costa (PT) o repasse de mais verbas e investimentos para a instituição. O ato foi encerrado no Paço Municipal da cidade.

Utilizando frases como “Eu Defendo a UNEB”, “Rui Costa exigimos professores”, “Educação não é mercadoria” e “Não à privatização”, os manifestantes chamaram atenção da sociedade juazeirense para a atual situação da instituição. Faltam pinceis nas salas de aula e papel higiênico e sabonetes nos banheiros. Equipamentos básicos como projetor de imagens, caixas de som e laboratórios estão sem manutenção.

“Queremos mostrar os problemas que nós estudantes estamos enfrentando na UNEB. Sem laboratórios eficientes não produzimos conteúdo, consequentemente não colocamos em prática os ensinos de sala. Vários professores estão sem contrato, ou seja, estamos sem aula em algumas disciplinas. Fico triste quando vejo essas lacunas na universidade. Esses problemas estão ameaçando meu futuro”, afirma a estudante Ellen Fiora, do 2º período de Jornalismo.

O ato dos estudantes também foi em apoio à greve dos docentes, deflagrada no último dia 4, pela Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia (Aduneb). Para Maryangela Aquino, professora do curso de Direito, o apoio dos estudantes contribui para o fortalecimento do movimento.

“É uma demonstração de que esse momento não é apenas pedindo a reparação dos nossos salários que estão defasados, e sim uma luta pela existência, permanência e melhoria da UNEB. A mobilização dos estudantes vem pra mostrar, não somente para a sociedade, mas também para o próprio governador, que eles (os alunos) são o motivo da existência da universidade e que a realidade vivida no dia-a-dia é de descaso. É isso que estamos denunciando”, disse.

A categoria considera que o governo tem atuado para destruir conquistas e direitos trabalhistas como Licença Prêmio e Sabática e direitos à promoção e progressão de carreira. Servidores estão com o salário congelado e sem o reajuste linear da inflação, acumulando perda de 25% sobre o salário total. O aumento da contribuição previdenciária de 12% para 14%, que resulta na diminuição dos salários, e a perda da autonomia das instituições, também são motivos de insatisfação da categoria.

Como parte da programação de mobilização, na próxima segunda-feira (15), haverá uma aula pública para discutir a história da educação de pessoas negras no Brasil, a partir das 18h30, no Canto de Tudo do Departamento de Ciências Humanas (DCH) do Campus III.

Além da UNEB, a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) iniciaram oficialmente a greve na terça-feira (9), por tempo indeterminado. Na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), a greve foi aprovada quarta-feira (10) e começa oficialmente na segunda-feira (15).

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