Exposição “Memórias” apresenta parte do acervo fotográfico de Francisco Lopes Filho

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Quando Francisco Lopes Filho mudou-se para o Vale do São Francisco para morar com a tia proprietária de um hotel em Juazeiro (BA), a chegada do vapor era anunciada a todos no estabelecimento por D. Arlinda, funcionária que reconhecia de longe o apito das embarcações. Essa e outras histórias que resgatam o passado de Juazeiro e Petrolina (PE) são contadas pelo fotógrafo e engenheiro agrônomo aposentado na exposição “Memórias”, cujo lançamento acontece hoje (23), às 17h, no Hall da Reitoria da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Campus Centro, em Petrolina (PE). A mostra é aberta ao público e ficará em cartaz até 7 de abril, das 8h às 18h.

A exposição é composta por 24 fotografias em preto e branco feitas por Lopes nas décadas de 1960 e 1970. O rio São Francisco, a ponte Presidente Eurico Gaspar Dutra, paqueteiros com suas canoas e o povo sertanejo são retratados nas imagens. “Fiquei deslumbrado com o rio”, revela. Também há registros da família do fotógrafo, feitos nas cidades de Fortaleza (CE) e Salvador (BA), que remetem à sua memória pessoal.

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“Quero exibir objetos e locais que já desapareceram ou foram substituídos”, diz o artista. O Velho Chico é o ator principal nesta pequena seleção do acervo do fotógrafo, mas outros cenários que ainda integram a paisagem das cidades ribeirinhas também estão retratados na mostra, entre eles o aqueduto da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). “Sempre levo uma máquina comigo”, conta Lopes, que por 12 anos trabalhou na Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e por mais de 20, na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Foi na Embrapa que ele deu início a uma coleção com mais de dois mil cromos com imagens da Caatinga, que está entre seus temas favoritos. “Filme bom é o cromo. Não gosto de foto tratada. Gosto de foto natural”, enfatiza, mas também reconhece o valor dos avanços tecnológicos que, segundo ele, proporcionam maior agilidade ao fotógrafo.

Nascido na cidade de Aracoiaba (CE), Lopes veio para Juazeiro em 1958 e aprendeu a arte da fotografia por meio de muita leitura e do exercício de registrar o cotidiano por meio das lentes. Começou com uma Yashica 35 milímetros. De lá pra cá, já utilizou equipamentos de várias marcas e modelos, dos quais ele se lembra de cor, numa demonstração de que boa memória não lhe falta.

“Todas as fotos que estão aqui mexem com a minha memória”, diz. Mexerão também com a memória de quem acompanhou aqueles tempos de perto e com a imaginação de quem não presenciou as grandes cheias do rio São Francisco, o trem passando sobre a ponte que liga Petrolina e Juazeiro e as idas e vindas dos barcos a vapor que navegavam pelo rio. A exposição “Memórias” é promovida pela Diretoria de Arte, Cultura e Ações Comunitárias (DACC) da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da Univasf, com apoio do Portal Zap.

Com informações Ascom Univasf

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