Famílias continuam acampadas no Projeto Pontal; Codevasf chama movimento de ‘ilegal’

(Foto: Divulgação/MST)

O impasse entre os assentados do Movimento Sem Terra (MST) no Projeto Pontal e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) de Petrolina continua. Desde a quarta-feira (28), as famílias dos Acampamentos Democracia e Dom Tomás deveriam deixar o Pontal, mas não cumpriram com a decisão judicial.

De acordo com a Codevasf, o MST ocupa ilegalmente o Projeto Pontal desde setembro de 2014, ano no qual foi formado o Acampamento Dom Tomás. Desde então, a Companhia recorreu à Justiça por um pedido de reintegração de posse.

Codevasf se resguarda na Justiça

Nossa equipe entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Codevasf na tarde da quinta-feira (1º), para saber como está o andamento das negociações. Através de uma nota, a Companhia informou que “tentou por diversas vezes, sem sucesso, a desocupação amigável”.

As reuniões mencionadas aconteceram em 2015, 2016 e em 2017. Uma Audiência de Conciliação foi realizada em novembro passado, com a presença do Ministério Público Federal, quando ficou determinado o prazo de 28 de fevereiro para que a desocupação fosse feita de maneira espontânea.

Famílias criticam corte de água e energia

No entanto, as famílias seguem acampadas no Projeto Pontal e alegam que a Codevasf cortou a água e energia das famílias, numa tentativa de expulsar os assentados. Segundo relatos, devido a falta de água, o canal já estaria rachando.

O MST se pronunciou através de uma nota, afirmando que as “famílias continuam, na resistência e mobilizadas, diante da barreira e entupimento do canal realizado pela CODEVASF, evitando as famílias acampadas a terem acesso a água do canal, nas partes onde a água não está percorrendo, a estrutura de concreto encontra-se, já danificada”.

O representante regional do MST, Florisvaldo Alves foi enviado a Brasília para apresentar a situação ao Incra, na tentativa de encontrar uma solução. Até o momento as famílias continuam acampadas no Pontal e de acordo com a Codevasf, os ocupantes “estão sujeitos ao cumprimento do mandado de reintegração de posse”, podendo ser utilizada a força policial para cumpri-lo.

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