Fechamento do matadouro público de Petrolina volta a ser protesto na Alepe

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O fechamento do matadouro público de Petrolina, no Sertão do São Francisco, voltou a provocar protestos na Assembleia Legislativa, nesta terça (12). O assunto havia sido tema do pronunciamento do deputado Miguel Coelho (PSD), na Reunião Plenária de segunda-feira (11). Para os demais parlamentares, a interdição do equipamento – efetuada em fevereiro pela prefeitura a pedido do Ministério Público de Pernambuco – não levou em conta as consequências para o comércio de carnes na cidade, além de incentivar o abate clandestino de animais. Na opinião de Romário Dias (PSD), que levantou o tema no Plenário, a medida é “um escândalo.”

“O mais grave é que agora acontecem abates no meio do mato, na beira dos açudes e dos barreiros. Não dá pra saber se a carne vendida nas feiras é de boi ou de outro animal”, disparou. Para o parlamentar, a gestão municipal não poderia ter tomado essa atitude há poucos meses do final do mandato. “O prefeito Júlio Lóssio está há mais de 7 anos no cargo e somente agora descobriu que o matadouro está em lugar inadequado?”, questionou, reprovando, ainda, a informação de que o terreno teria sido posto à venda pelo gestor.

O vice-líder do Governo, deputado Lucas Ramos (PSB) considerou compreensível o fechamento por razões sanitárias, mas ponderou que o Poder Público deveria ter apresentado uma alternativa aos comerciantes. “O Estado tem um projeto de um novo matadouro para Petrolina e região, mas um equipamento como esse custa no mínimo R$ 1 milhão, e os cofres públicos não têm condições de arcar com o empreendimento.”

Odacy Amorim (PT) reforçou as observações de Ramos, acrescentando que o abatedouro daquele município “é melhor que o da maioria das cidades do Estado, e não poderia ser fechado somente porque está em local inadequado.” Amorim, que se declarou candidato à prefeitura de Petrolina, prometeu, se eleito, construir um novo matadouro na região.

Henrique Queiroz (PR) lembrou que fato semelhante acontece em Vitória de Santo Antão, na Mata Sul, onde a zona urbana cresceu em direção ao abatedouro municipal provocando, então, o pedido de interdição do equipamento pelo Ministério Público. “Petrolina ainda tem um matadouro próximo em Juazeiro (BA), mas em Vitória não temos opção. Por conta dessa irresponsabilidade do MP todos os marchantes (comerciantes de carnes) da cidade estão na ilegalidade.”

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