Frida Kahlo é a artista latino-americana mais valiosa

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A obra da mexicana foi arrematada por oito milhões de dólares e estabeleceu um novo recorde para sua própria obra.

A pintora Frida Kahlo tornou-se a artista latino-americana com a obra mais cara de sempre na sequência de um leilão em Nova Iorque. Dos desnudos en el bosque (La tierra misma) foi arrematado por oito milhões de dólares (sete milhões de euros) e estabeleceu um novo recorde para a mexicana.

A venda, na quinta-feira e realizada pela leiloeira Christie’s, foi um dos momentos finais da temporada de Primavera de leilões de arte, que, assinalam os analistas, não foi particularmente estimulante. Várias obras do mercado impressionista e arte moderna – como Le basin aux nympheas de Monet, por 27 milhões, ou La Jeune femme a la rose de Modigliani, por 12,8 milhões – foram vendidas sem grandes sobressaltos, mas nenhuma peça individual ultrapassou preços acima dos 40 milhões de dólares, quando em temporadas passadas o sector tem originado leilões muito mais valiosos.

Ainda assim, a obra da pintora mexicana, e um dos maiores nomes das artes do século XX, marcou um novo recorde ao ultrapassar o seu conterrâneo Rufino Tamayo (El Trovador, em 2008) e a tornar-se a artista mais rentável da América Latina com uma venda que partiu dos cinco milhões de dólares de base de licitação e atingiu os oito milhões. Contudo, a estimativa de valor máximo a atingir por Dos desnudos en el bosque (1939) era de 12 milhões de dólares. Foi vendida a um licitador que comunicava via telefone.

“Estamos particularmente orgulhosos do resultado atingido”, diz Brooke Lampley, responsável pela secção de Arte Moderna e Impressionista na Christie’s de Nova Iorque, “que estabeleceu o recorde mundial de leilões para a artista e se tornou o preço mais elevado para qualquer obra de um artista latino-americano”. Frida Kahlo (1907-1954) não se encontra pela primeira vez nesta posição. Já com a obra de pequenas dimensões, Raíces, tinha estabelecido o seu recorde anterior.

Dos desnudos en el bosque (La tierra misma) foi pintada sobre metal, evocando tanto as “antigas oferendas aos santos” e “é uma das pinturas mais pessoais de Kahlo”, segundo Virgilio Garza, por seu turno responsável pela área de arte latino-americana da leiloeira, disse à Associated Press.

Desde a sua primeira ida à praça, em 1989, o seu valor multiplicou-se 20 vezes.

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