Impeachment: Dilma opta por discurso emotivo e contundente

(Foto: Reprodução/TV Senado)

Dilma começou seu discurso falando sobre a eleição de 2014, na qual foi eleita com mais de 54 milhões de votos. (Foto: Reprodução/TV Senado)

A presidente afastada, Dilma Vana Rousseff, de 68 anos, apresentou sua defesa agora pela manhã no Senado Federal. Dilma optou por um discurso que em momentos era emotivo e, em outros, incisivo.  Na tribuna do Senado Federal esteve, em alguns momentos, com a voz trêmula e olhos marejados. O ex-presidente Lula acompanhou todo discurso atento a cada palavra dita por Dilma.

Dilma começou falando sobre a eleição de 2014, na qual foi eleita com mais de 54 milhões de votos. A presidente afastada voltou a citar, durante o discurso, o “golpe” a qual está sendo submetida.

“Viola-se a democracia e pune-se uma inocente. Este é o pano de fundo que marcam o julgamento que será realizado pela vontade dos que lançam contra mim pretextos acusatórios infundados. Estamos a um passo da consumação de uma grave ruptura institucional. Estamos a um passo da concretização de um verdadeiro golpe de estado”.

Ao tratar de governantes como Michel Temer e Aécio Neves, Dilma engrossou o tom de voz, criticou o governo atual do peemedebista e atacou Aécio tratando das acusações deste sobre uma possível fraude nas eleições de 2014.

“Desde a proclamação dos resultados eleitorais, os partidos que apoiavam o candidato derrotado nas eleições, fizeram de tudo para impedir a minha posse e a estabilidade do meu governo. Disseram que as eleições haviam sido fraudadas. Pediram auditoria nas urnas. E após a minha posse, buscaram, de forma desmedida, quaisquer fatos que pudessem justificar retoricamente um processo de impeachment”.

Dilma finalizou falando sobre sua história difícil de vida, sobre as torturas sofridas durante a ditadura militar e o câncer que por pouco não abreviou a vida da presidente afastada. Ela afirmou que a cassação do seu mandato se iguala a uma pena de morte política.

“Hoje eu só temo a morte da democracia, pela qual, muitos de nós, aqui nesse plenário, lutamos com o melhor de nossos esforços. Reitero, respeito os meus julgadores. Não nutro rancor por aqueles que votarão pela minha destituição. Respeito e tenho muito apreço por aqueles que têm lutado bravamente pela minha absolvição. Votem contra o impeachment, votem pela democracia”.

A presidente afastada foi muito aplaudida ao final do discurso. Contudo, como ficou combinado entre os senadores e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que está presidindo a sessão, era proibido qualquer tipo de manifestação a favor ou contra Dilma, sob pena de suspensão da sessão. Ao perceber que os senadores não respeitariam o pedido de silêncio, Lewandowski suspendeu a sessão.

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