IRPAA celebra 30 anos de trabalho em defesa da Convivência com o Semiárido

Viver no Semiárido é aprender a conviver! Foi com esse olhar que nasceu a missão do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa) há 30 anos e desde então vem construindo uma caminhada de muita dedicação na defesa da Convivência com o Semiárido.

Com sede em Juazeiro, cidade da região norte da Bahia, mas com atuação em todo o Nordeste, a comemoração destes 30 anos de história é a celebração da quebra de paradigmas que por muito tempo definiu o Semiárido Brasileiro. Repensar esta região e romper conceitos e preconceitos que traziam mazelas para os povos do semiárido tem sido uma tarefa construída por diversas pessoas e grupos, que se envolveram na defesa da vida e do bioma, desconstruindo ideias atrasadas e enfrentando os que se beneficiam com a indústria da seca.

No entanto, mesmo celebrando as diversas conquistas adquiridas pelos povos do Semiárido, o Irpaa (Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada) compreende o quando a defesa e consolidação da Convivência com o Semiárido precisa ser reafirmada e atualizada conforme as necessidades e mudanças.

E para comemorar essa trajetória e, mais ainda, reanimar a caminhada nesta missão em defesa do Bem Viver no Semiárido, o Irpaa celebra, entre os dias 23 e 27 de novembro, o aniversário de 30 anos da instituição, com uma programação recheada de debates, apresentações culturais, depoimentos, informação e participação de diversas pessoas que também querem reafirmar o compromisso de continuar lutando com as comunidades que vivem na região semiárida. Tudo será realizado virtualmente, visto que todo o país ainda enfrenta uma pandemia.

Para Cícero Félix, coordenador geral do Irpaa, o passar dos anos não modificou a missão da organização. Muito pelo contrário, o momento é de destacar, ainda mais, a função do Instituto frente à sociedade, ele destaca que “a missão do Irpaa continua sendo colaborar com a sociedade brasileira, com as organizações populares, na perspectiva da construção da Convivência com o Semiárido […]. Por que defender a convivência? Porque estamos vivendo um momento de desgoverno, onde o governo federal foi eleito com um discurso da retirada dos direitos conquistados pelos trabalhadores e trabalhadoras […]. Precisamos continuar defendendo a Convivência com o Semiárido em suas diversas dimensões, acima de tudo, a vida”.

A defesa da Convivência com o Semiárido se propõe a preservar a vida, das pessoas e da natureza, na relação com a Caatinga, os rios e nascentes, as comunidades, povos e culturas do Semiárido.

“Nessa perspectiva, a Convivência com o Semiárido é o farol que tem tudo para colaborar com as diversas populações do planeta, na perspectiva de construir saídas pra reduzir os efeitos dos impactos das mudanças climáticas [devastações, desmatamentos, queimadas, produção de energias não renováveis, a monocultura, produção a base da mecanização pesada e dos agroquímicos, etc.], que é uma realidade no planeta terra, que provoca o efeito estufa, a desertificação, que alimenta as mudanças climáticas. É um ciclo vicioso. A humanidade precisa aprender a conviver e a minimizar os efeitos das mudanças climáticas”, pontua Cícero.

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