Joel da Harpa critica Governo por prisão de policiais militares em mobilização

Para deputado, medida “infringiu todos os princípios de um Estado Democrático de Direito”. Foto: Jarbas Araújo

“Em vez de se posicionar para o diálogo, o Governo está preocupado em perseguir e em radicalizar”, considerou o deputado Joel da Harpa (PTN), em discurso no Plenário nesta terça (13). No pronunciamento, o parlamentar criticou a prisão, na semana passada, de diretores da Associação Pernambucana de Cabos e Soldados (ACS) durante manifestação de policiais e bombeiros militares no Centro do Recife.

Para Joel da Harpa, a medida “infringiu todos os princípios de um Estado Democrático de Direito” e revelou “a arbitrariedade, a truculência e a falta de respeito do Palácio do Campo das Princesas com aqueles que estão à frente de movimentos reivindicatórios”.

Os dirigentes da ACS foram presos preventivamente, na tarde da última sexta (9), por supostamente haverem descumprido decisão judicial. Segundo o Comando da Polícia Militar, uma determinação da Justiça impedia a realização de mobilizações que decidissem sobre uma possível greve na corporação. No dia seguinte, nova deliberação judicial reverteu as prisões.

O deputado lembrou que, apesar de não decretarem greve, os policiais estão realizando “operação-padrão”. Nesse tipo de ação, agentes de segurança pública se negam a realizar jornadas extras, a utilizar viaturas irregulares e a fazer patrulhamentos se não dispuserem de armamento, coletes e rádios de comunicação adequados.

“A polícia não está nas ruas, e o Governo tenta passar uma falsa sensação de segurança. O Exército está aqui, mas não tem preparo para policiamento de vias nem dispõe de armamento proporcional ao nosso contexto de segurança”, analisou.

Líder da Oposição, Sílvio Costa Filho (PRB) somou-se às críticas. “A corporação não quer apenas aumento de salário, mas um regime jurídico humanizado, um hospital que funcione e melhores equipamentos para trabalhar”, apontou. Edilson Silva (PSOL) lamentou o uso da “força bruta em uma mobilização política” e comunicou que seu partido acionou a Justiça para, no futuro, impedir “tentativas de cerceamento dos direitos dos militares”.

Ângelo Ferreira (PSB) defendeu a medida do Governo. Para o deputado, a gestão estadual foi forçada a agir para “proteger os cidadãos de uma ameaça de greve”. “Ao levantar interesses corporativos, a polícia precisa negociar de uma forma que não abandone a população”, comentou.

Rodrigo Novaes (PSD) também considerou a decisão acertada. “O Governo não vai se acanhar em tomar as medidas cabíveis para garantir a segurança. Todos queremos uma polícia valorizada, mas é preciso ter sensibilidade com a causa do povo”, argumentou.

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