Juazeiro: comerciante do Mercado Joca pede isenção de taxas e contas de água para trabalhadores informais durante isolamento social

Alex Silva em frente ao portão do Mercado Joca de Souza que está fechado há dois meses.

O comerciante e líder comunitário Alex Silva é permissionário do Mercado Municipal Joca de Souza Oliveira e há cerca de dois meses, ele e outros colegas do estabelecimento foram impedidos de trabalhar por causa dos decretos municipais que implantaram medidas de contenção ao novo coronavírus.

Alex tem tentado diálogo com o prefeito Paulo Bonfim para flexibilizar o funcionamento das lojas que estão dentro do Joca de Souza, porque segundo ele, os comerciantes já não tem mais de onde tirar dinheiro para pagar contas e sustentar a família. “O pessoal daqui trabalha de manhã para comprar o almoço e a tarde para comprar o jantar. Há dois meses com as lojas fechadas, como é que vão pagar as contas?”, pergunta o comerciante.

Só que ao invés de atender as reivindicações de Alex, no mês de abril, a prefeitura retirou todos os permissionários para que o local passe por uma reforma que ainda não tem data para começar.

Na última sexta-feira (8), o prefeito Paulo Bomfim baixou novo decreto estendendo o prazo de fechamento do comércio até 30 de maio, o que deixou os comerciantes do Joca ainda mais preocupados. Inconformado, Alex do Mercado, como é mais conhecido, postou uma “carta” nas redes sociais fazendo um apelo ao prefeito de Juazeiro, para que o mesmo isente os permissionários de taxas e contas de água como forma de auxílio a situação que estão passando.

Leia o texto na íntegra:

“Olá.
Hoje, dia 08 de maio, o prefeito de Juazeiro Paulo Bomfim baixou mais um decreto. Infelizmente, decisão tomada por todos os governantes de municípios, estados e países de todo mundo, porque segundo os especialistas em saúde, o isolamento social é única forma de conter o Coronavírus (Covid-19).

Os governos de todo o mundo buscam formas de ajudar a população. Aqui no Brasil, o governo federal está dando uma ajuda de R$ 600, o governo do estado da Bahia estar dando R$ 55 aos estudantes de colégios da rede estadual, aqui no município o governo estar dando o kit merenda aos alunos da rede municipal.

Essas formas de auxilio e muito positivo, mas hoje os trabalhadores informais e outros, esperavam que o prefeito flexibilizasse e permitisse que o comercio fosse autorizado a abrir com restrições, mas não foi permitido. O decerto foi prorrogado até o dia 30 de maio, causando um clima muito tenso nos trabalhadores informais de maneira especial os do Mercado Joca, onde muitos trabalhadores estão com aluguel, água, energia e outros em atraso.

Pois bem, diante de todas as dificuldades que o trabalhador informal vem passando, grandes privações, vendo seus filhos pedi um lanche, uma fruta, um leite e não pode dar. Para ajudar esse trabalhador que muitas vezes, trabalha pela manhã para comprar o almoço e o jantar, que hoje já estar a quase dois meses sem trabalhar, pedimos ao prefeito Paulo Bomfim que ajude esse povo trabalhador isentando da taxa de água, esgoto e lixo.

Muitos desses trabalhadores estão acumulando contas diversas, entre elas a do SAAE, que neste período de Covid-19 a teve aumento devido ao consumo constante. Todos os consumos aumentaram e a situação ficou ruim para todos, sabemos disso, mas para quem não tem de onde tirar um centavo para sustentar a família, a situação é ainda pior.
Atenciosamente,
Alex do Mercado.”

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