Lagoa Grande: envolvidos na morte de servidor público serão julgados nesta segunda-feira

No dia 28 de outubro de 2017 a cidade de Lagoa Grande, no Sertão do São Francisco, se chocou com a morte de Jean da Silva, servidor público que tinha 29 anos. Ele foi assassinado a pedradas durante a madrugada. E hoje (25) os dois acusados pelo crime serão julgados.

Segundo a Justiça de Pernambuco, Janderson Oliveira dos Santos e Matheus Bezerra da Silva, foram qualificados nos autos como os autores do crime. O homicídio foi praticado em um terreno baldio, por trás de uma loja de material de construções, no Centro da cidade.

“Os ora denunciados, utilizando-se de instrumentos contundentes, consubstanciados por paus e pedras, desferiram vários golpes contra a vítima“, consta da denúncia de homicídio qualificado (quando o autor ou autores têm, a intenção de matar por um motivo específico, seja por discriminação religiosa, racial ou sexual).

Homofobia foi a motivação

“A motivação do crime diz respeito ao fato da vítima ser homossexual assumido e falar abertamente sobres suas relações com homossexuais na cidade e ter mencionado os acusados em comentários. Após a consumação do delito, o acusado: Mateus Bezerra da Silva fugiu do distrito da culpa, encontrando-se em local incerto e não sabido, tendo o acusado: Janderson Oliveira dos Santos, sido preso em cumprimento a mandado de prisão expedido pelo Juízo desta comarca, oportunidade em que confessou a autoria delitiva, delatando o seu comparsa e co-autor no delito”, diz a Justiça.

Angustiada pela demora no julgamento, a mãe da vítima lembrou com carinho do filho. “Era um menino muito querido da sociedade, tinha muitas amizades. Era um menino muito bom. Infelizmente com o passar do tempo ele passou a conhecer outras amizades e aconteceu essa tragédia”, disse dona Dalva em um vídeo divulgado nas redes sociais.

Somos Todos Beatriz dá apoio à família

Lucinha Mota, mãe de Beatriz Angélica Mota e integrantes do grupo Somos Todos Beatriz estão em Lagoa Grande dando suporte à família. Ela reforçou o pedido por justiça. “O que a gente mais quer é essa punição“, disse no programa Super Manhã com Waldiney Passos nesta segunda-feira (25).

Na Rádio Jornal Petrolina, Lucinha relatou que a família de Jean ficou desamparada pela justiça pernambucana, que não prestou informações sobre o andamento das investigações. “Há poucos dias a família conseguiu contratar um advogado para ter acesso, mas a gente pode observar que o inquérito tem o suficiente para dizer que eles serão condenados”, pontuou. O julgamento está marcado para acontecer na Câmara de Vereadores de Lagoa Grande, a partir das 9h.

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