Médicos residentes do HU Univasf denunciam falta de EPIs e abusos da atual administração

HU se manifestou através de nota, disponível no final da matéria (Foto: Ascom)

Residentes do Hospital Universitário de Petrolina elaboraram uma carta aberta (confira aqui) à população, na qual denunciam uma série de abusos praticados pela atual administração da unidade, ligada à Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). O documento foi apresentado em Assembleia dos Residentes da Univasf, dos cursos de medicina; enfermagem; fisioterapia e terapia ocupacional; e de farmácia.

Em primeiro lugar, os residentes estão sendo proibidos de entrar no HU após 8h. Mas em contrapartida, a administração não apura o cumprimento da carga horária trabalhada: há pessoas sem horário de almoço, trabalhando além do horário e atuando além de oito horas diárias. De acordo com os estudantes dos cursos, o HU extrapola seu poder e fere a orientação do Conselho Federal de Medicina (que veta a limitação do acesso aos hospitais). No fim, o principal afetado é a população, pois há diminuição dos profissionais disponíveis.

Outro ponto da denúncia é a falta de comunicação interna, refletindo na não realização de exames e consultas. Segundo a carta houve “suspensão de exames de imagem para pacientes não internados e de alguns ambulatórios aconteceu de forma não oficializada”.

Recomendação é evitar atendimento de qualidade

Um dos pontos mais graves, de acordo com os residentes, é a orientação de não autorizar internamentos. E mais além, quem ousa ‘bater de frente” recebe sanções administrativas, inclusive com processos internos. Tal situação reflete no melhor acolhimento aos pacientes, pois a gestão do HU estaria desorientando atendimentos dentro do padrão ético profissional. “Nesse sentido, os residentes de áreas cirúrgicas são assediados pela gestão a encaixar na agenda de procedimentos eletivos diversos casos de urgência com grande potencial de complicações“, diz um trecho da carta.

Falta de EPIs e insumos

Por fim e não menos importante, estão faltando EPIs e insumos ao atendimento básico. Máscaras, toucas, luvas e até mesmos agulhas não são fornecidos na quantidade necessária.

“Nos recusamos a prestar desassistência aos pacientes, não compactuando com a limitação de atendimentos de qualquer tipo, bem como aos ataques à autonomia das equipes assistenciais, reafirmando nosso compromisso com o Sistema Único de Saúde e com a atenção universal e integral ao usuário“, afirmam os residentes na carta conjunta.

Para os residentes, as imposições do HU prejudicam a equipe de saúde, acarreta numa má formação dos estudantes e acima de tudo, reflete na qualidade do atendimento prestado aos pacientes da região.

HU nega falta de EPIs e justifica sanções

O Blog Waldiney Passos solicitou uma resposta do HU. De acordo com a nota “até o momento, não foi registrada indisponibilidade de luvas de procedimento ou máscaras de proteção no HU-Univasf”. E que “as demandas manifestadas pelos residentes receberam os devidos encaminhamentos e o Hospital Universitário está em articulação com a Pró-Reitoria da pós-graduação da Univasf, a Comissão de Residências Multiprofissionais em Saúde e a Coordenação de Residências Médicas a fim de prestar todos os esclarecimentos e buscar soluções conjuntas contemplem os anseios dos residentes universitários, os quais, além e vivenciarem a formação profissional e acadêmica, desempenham um papel de extrema relevância para o hospital e para toda a população da região”.

Leia a seguir a íntegra da nota:

Nota HU Univasf

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