MPPE consegue condenação de acusado de homicídio ocorrido há 28 anos em Serra Talhada

(Imagem ilustrativa)

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Um crime bárbaro que chocou a população do município de Serra Talhada (Sertão do Pajeú), em fevereiro de 1988, finalmente teve um desfecho. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) conseguiu a condenação do agricultor Paulo Roberto Pereira da Silva pela morte de sua noiva, Maria Auxiliadora de Menezes Gomes, de apenas 16 anos de idade. Paulo Roberto, apesar de estar foragido da Justiça, foi condenado a 17 anos de reclusão, pelo crime de homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima). O julgamento foi realizado no Fórum de Serra Talhada.

De acordo com o promotor de Justiça Vandeci de Souza Leite, na época em que ocorreu o crime, o réu chegou a passar sete meses preso. Ao conseguir a liberdade por força de um habeas corpus, fugiu da localidade, continuando foragido até hoje. “Apesar do lapso de tempo entre o homicídio e a condenação, o crime não prescreveu porque houve várias causas de interrupção do processo. O réu foi intimado por meio de edital e o juiz nomeou a Defensoria Pública para a defesa dele, por isso, o julgamento pode prosseguir mesmo sem a presença do acusado”, explica.

Para o promotor de Justiça, essa condenação dá uma resposta à sociedade, já que o crime chocou a localidade, pois a vítima, de apenas 16 anos, foi morta por terminar o noivado com Paulo Roberto Pereira. “Esse crime mostra como o homem se sentia em relação à mulher. Já a condenação ilustra que houve uma mudança na mentalidade das pessoas e que a violência contra a mulher não vai ser tolerada”, disse, acrescentando que foi preciso estudar o caso de forma profunda, devido ao tempo transcorrido entre o crime e o julgamento.

O crime – Em 8 de fevereiro de 1988, na Fazenda Riacho do Bode, na zona rural de Serra Talhada, Paulo Roberto Pereira da Silva, aos 25 anos de idade, munido de uma espingarda calibre 28, deflagrou um tiro contra sua noiva, Maria Auxiliadora de Menezes Gomes, causando-lhe a morte. O motivo do crime se deu porque Maria Auxiliadora, de 16 anos, acabou o noivado com Paulo Roberto.

Por ocasião do inquérito policial, o réu declarou que antes de Maria Auxiliadora, namorava uma outra moça, e que terminou esse relacionamento porque a moça era negra e ele também, vindo a namorar Maria Auxiliadora logo depois. Ocorre que, quando Maria Auxiliadora resolver terminar o noivado, o réu ouviu um comentário que ele tinha terminado o namoro com uma para ficar com a outra, e esta terminou com ele também, sendo ele “um nego besta”.

Ao ouvir esse comentário, o acusado se dirigiu a sua casa, apanhou a espingarda e com raiva atirou contra a vítima, sem que Maria Auxiliadora pudesse esboçar qualquer reação de defesa. Finda essa ação, voltou para casa afim de esconder a arma do crime.

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