Após a justiça determinar a reintegração de posse de áreas ocupadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), grupos do movimento decidiram parar estradas federais nessa terça-feira (26) em solidariedade às mais de 700 famílias despejadas.
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De acordo com os dirigentes nacionais do MST, Evanildo Costa e Lucinéia Durães, o desfecho da sentença de despejo foi uma decisão arbitrária do juiz Pablo Henrique Carneiro Baldivieso. Eles apontam que as famílias vivem na área há mais de sete anos produzindo alimentos sem agrotóxicos e gerando trabalho e renda para mais de 5 mil pessoas.
“A indignação pelo ato ocorrido desencadeou um estado de alerta e uma sequência de manifestações e fechamento das principais BR’s como forma de denunciar, protestar e apoiar as famílias despejadas no Norte”, disse Evanildo.
Segundo o dirigente, nada justifica a ação contra as famílias sem-terra. “Agiram de forma truculenta e violenta, sem levar em consideração a presença das mulheres, crianças e idosos. Vários trabalhadores ficaram feridos e desaparecidos, inclusive crianças”, afirmou.
Reintegração
Na última segunda-feira (25), a Polícia Federal se deslocou a assentamentos em Juazeiro e Casa Nova, ambas na Bahia, para dar cumprimento a um mandado de reintegração de posse determinado pela justiça. Segundo a Codevasf, os acampados do Abril Vermelho (Juazeiro) e Irani I e II (Casa Nova) entraram nas terras de forma ilegal.