Na Alepe, Guilherme Uchoa é reconduzido à presidência com 42 votos

Deputado assumirá o sexto mandato consecutivo à frente do posto mais alto da Casa

Sem surpresas, os deputados estaduais reconduziram o presidente Guilherme Uchoa (PSD) ao seu sexto mandato à frente do posto mais alto da Casa Joaquim Nabuco. Uchoa recebeu 42 votos, o deputado estadual Edilson Silva (PSOL), único candidato da oposição na Casa, recebeu somente dois. Houve quatro votos em branco e um nulo

O deputado estadual Diogo Moraes (PSB) também foi reconduzido à primeira-secretaria. O deputado Romário Dias (PSD) ficou com a segunda vice-presidência.

Os 12 anos à frente de um dos Poderes do Estado são um feito inédito desde que a República foi proclamada em 1889. Ao contrário do ano passado, quando enfrentou uma inédita resistência para continuar no cargo, o pedetista tem reunido, sem esforço, apoios que vão do Palácio do Campo das Princesas à oposição.

Dentre os muitos trunfos que explicam a longevidade do poder de Uchoa, dois se destacam: a falta de receio em comprar brigas para defender os demais deputados e o bom trânsito com o Judiciário. Juiz de Direito aposentado, o pedetista é visto como uma ponte entre a gestão Paulo Câmara (PSB) e a Justiça Estadual. Poucos meses após ser empossado, o governador bateu de frente com o Tribunal de Justiça (TJPE) por causa do duodécimo.

Uchoa pode ter dificuldade em sinalizar para fora da Casa, mas é quase uma unanimidade entre os deputados. Não raro, quando um parlamentar menos articulado tem dificuldade em falar com algum secretário, o presidente faz valer o seu prestígio para abrir os caminhos. Se é bem quisto pelo governo, Uchoa também inspira apoio na oposição, para quem é melhor tê-lo na presidência do que um socialista muito alinhado ao Palácio.

POLÊMICO

Sem medo da opinião pública, Uchoa assumiu o desgaste de várias polêmicas das quais fugiram os demais colegas. Recém chegado à presidência em 2007, o pedetista mandou retirar das galerias da Alepe manifestantes contrários ao nepotismo durante uma sessão que debatia o projeto. Ele próprio chegou a lotar um filho no gabinete e criticou a OAB por condenar a prática.

Dois anos antes, durante o referendo das armas, Uchoa fez campanha contra o desarmamento. Ao longo de 2013 e 2014, impetrou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) sustando resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que reduzia o número de deputados na Alepe.

Em novembro de 2006, o deputado trabalhou contra a concessão do título de cidadão pernambucano ao ex-procurador-geral de Justiça Francisco Sales, que é paraibano. O gesto era uma retaliação. Dois meses antes, um aliado e amigo de Uchoa, o ex-prefeito de Abreu e Lima Jerônimo Gadelha foi detido durante 33 dias após uma ação do Ministério Público.

Com informações do NE10.

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