Para APLB manutenção de datas do ENEM prejudica estudantes da rede pública

Contrária à decisão do ministro da Educação, Abraham Weintraub, de manter as datas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem),  apesar da pandemia do novo coronavírus, a APLB-Sindicato como representante dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia defende o adiamento das provas e a discussão de novas datas.

Para o professor Rui Oliveira, coordenador-geral da entidade, a manutenção da data das provas só amplia as desigualdades e prejudica os estudantes da rede pública. “É necessário que o ministro da Educação seja sensível ao momento da Pandemia. Inclusive, para muitos estudantes da rede pública, o acesso à internet é uma realidade muito distante. E com a necessidade do isolamento social essa dificuldade é ampliada. Cabe ao ministro ter um mínimo de bom senso e alterar as datas. Os estudantes necessitam de mais tempo. Como se preparar se as aulas presenciais estão suspensas? É um absurdo a indiferença do então ministro ao declarar que ‘o ENEM não foi feito para corrigir injustiças’. Exigimos respeito e mais lucidez”, pontua  Rui.

O professor ainda destaca que no âmbito da saúde pública, “é uma decisão de extrema imprudência manter a data de realização das provas, tendo em vista que causarão aglomerações nos locais onde serão realizadas”, ressalta.

Além dos movimentos estudantis, políticos e entidades ligadas à Educação reforçam a necessidade do adiamento das provas. Deputados federais pedem que o Projeto de Decreto Legislativo nº 167/2020, que suspende o edital da prova de 2020, seja aprovado em regime de urgência. Já encaminhado ao plenário, o texto prevê o adiamento da prova e discussão de novas datas.

Além dos inúmeros apelos do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed) e da União dos Dirigentes Municipais de Educação; e das recomendações emitidas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), uma ação popular corre na Justiça do Maranhão pedindo a prorrogação dos prazos. No Congresso, dois projetos de lei foram propostos com o objetivo de alterar as datas do exame.

Para muitos, a interpretação é que a teimosia do ministro se deve apenas ao desejo de agradar o presidente Jair Bolsonaro, uma vez que a alteração na data da prova, marcada para os dias 1 e 8 de novembro, não traria prejuízos financeiros ou logísticos.

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