Pernambucana Lalá é destaque do atletismo nas Paralimpíadas

Com apenas dois anos no atletismo, a recifense se classificou para os Jogos Rio-2016, onde disputará duas provas./ Foto: internet

Com apenas dois anos no atletismo, a recifense se classificou para os Jogos Rio-2016, onde disputará duas provas./ Foto: internet

Cair para se reerguer. Foi exatamente isso o que aconteceu na vida de Ana Cláudia da Silva, de 28 anos. Ou simplesmente Lalá, como prefere ser chamada. O tombo, literalmente falando, ocorreu quando ela tinha apenas seis anos. A recifense caiu de uma calçada em cima de algumas pedras e fraturou o fêmur direito, tendo que passar por cirurgia na coxa.

O procedimento culminou em uma grande cicatriz, fazendo a história estar sempre viva na memória. As sequelas também se fazem presentes. Lalá não consegue fazer o movimento perfeito dos joelhos e, por isso, tem limitações na locomoção. “O processo foi bem dolorido e bastante difícil. Como eu era pequena, muitas vezes ficava perguntando o porquê daquilo ter acontecido comigo. Hoje eu sei que para tudo existe um propósito. Muitas vezes não sabemos qual é, mas existe um propósito na vida de todo mundo”, contou Lalá.

O esporte, que surgiu como uma alternativa para recuperar a motivação, os estímulos, além de ajudá-la a socializar com outras pessoas, nunca mais saiu da sua vida. Primeiro o futsal, aos 12 anos, depois o atletismo, ao qual foi apresentada através de um professor de educação física. Esse contato, em 2014, foi o início da trajetória dela na modalidade mais tradicional do desporto. “Hoje não tenho mais tanta dificuldades para andar. Através do atletismo ganhei bastante força nas pernas e melhorei minha coordenação motora. O esporte mudou completamente minha vida, tanto profissional quanto pessoal.”

E se engana quem acha que o tempo é curto para bons resultados. Logo no primeiro ano de competições, a pernambucana conquistou seu primeiro recorde brasileiro no salto em distância, o que valeu a vaga para os Jogos Paralímpicos. No Rio de Janeiro, Lalá competirá no salto em distância, prova na qual sua melhor marca na temporada é 3m85, conquistada na segunda etapa do Brasileiro, em São Paulo, e nos 100m rasos, tentando repetir os 16s27 que alcançou no Mundial de Paratletismo, no Catar.

“Saber que estarei participando das Paralimpíadas está sendo muito gratificante. Estou aproveitando cada momento que Deus me ofereceu e sou muito grata por isso. Estou muito feliz em estar presente pela primeira vez e bastante confiante para conquistar uma medalha. Trabalhei muito para isso e estou pronta para botar em prática tudo o que venho treinando”, almejou a saltadora, que compete na classe T42, para atletas com má formação congênita.

Hoje moradora da cidade de Gravatá, no Agreste pernambucano, Lalá sabe que vem de um processo evolutivo muito grande, mas tem consciência de que ainda há coisas para aprimorar. “Para o pouco tempo em que estou no atletismo, estou muito feliz com o progresso diário que estou tendo. São apenas dois anos, mas ainda há bastante coisa para melhorar”, pontuou a também corredora.

Com informações de Folha de Pernambuco

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