PF diz ao STF não ter conseguido provas de crimes de Aécio em Furnas

O senador tucano sempre classificou as acusações sobre o esquema de Furnas como mentirosas. (Foto: Internet)

A Polícia Federal informou ao STF (Supremo Tribunal Federal) não ter obtido provas do envolvimento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) no esquema de propinas ligadas a contratos de Furnas, estatal do setor elétrico. Segundo relatório assinado pelo delegado Álex Levi Bersan de Rezende, as acusações têm como base delações premiadas que não tiveram comprovação. O relator do processo no Supremo é o ministro Gilmar Mendes.

A investigação estava arquivada, mas foi retomada após a delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral, que acusou o tucano de receber propina de Dimas Toledo, ex-diretor de Furnas, em troca de mantê-lo no cargo na estatal após o PT assumir o governo federal, em 2003. As propinas seriam decorrentes de contratos com as empresas Camargo Corrêa e Bauruense.

O senador tucano, que responde a oito inquéritos no STF, sempre classificou as acusações sobre o esquema de Furnas como mentirosas. À PF, Toledo negou ter negociado propinas para partidos e disse não ter dependido de apoio político para permanecer na função.

No relatório, Rezende diz que, “a partir do conteúdo das oitivas realizadas e nas demais provas carreadas para os autos, cumpre dizer que não é possível atestar que Aécio Neves da Cunha realizou as condutas criminosas que Ihe são imputadas, recebendo propina oriunda de contratos de Furnas”.

O delegado afirma que “nenhum dado colaborativo adicional foi apresentado pelos delatores” –no caso, Delcídio, o doleiro Alberto Youssef e o lobista Fernando Moura. Ainda de acordo com Rezende, as informações prestadas pelos colaboradores são sobre “fatos muito antigos, superiores a 14 anos”, o que não permitiu “que outros meios de prova fossem alcançados, apesar do empenho da Polícia Federal”.

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