PF usa método fascista e ministro age como ‘chefete de polícia’, diz Renan

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Após as críticas públicas, Renan se deslocou ao Palácio do Planalto para encontro com o presidente Michel Temer. (Foto: Internet)

Em seu primeiro pronunciamento público após a Operação Métis, realizada no Senado na semana passada, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez duras críticas ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e disse que a Polícia Federal utiliza “métodos fascistas” por ordem de um “juizeco de primeira instância”.

Bastante irritado, ele atacou também o que considerou “excessos” da Lava Jato. “É inacreditável que uma pinimba de agentes policiais de um poder acabe definindo uma crise institucional”, afirmou Renan, em alusão à delação de um policial legislativo que deu origem a ação que culminou com a prisão de quatro agentes do Senado.

Acompanhado dos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), além do deputado Paulinho da Força (SD-SP), Renan disse, nesta segunda-feira (24), que o Senado ingressará com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para “fixar as competências dos poderes”.

No texto, o presidente do Senado citará o episódio envolvendo a busca e apreensão realizada no apartamento da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), acondução coercitiva do ex-presidente Lula e os áudios vazados de conversa entre Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff.

“Um juizeco de primeira instância não pode, a qualquer momento, atentar contra um poder. É lamentável que isso aconteça num espetáculo inusitado, que nem a ditadura militar o fez, com a participação do ministro do governo federal que não tem se portado como um ministro de Estado. No máximo, tem se portado como um ministro circunstancial de governo, chefete de polícia”, disse Renan.

Em mais de meia hora de entrevista, Renan Calheiros listou 32 pedidos de varreduras feitos por senadores, ex-senadores, servidores, além do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Renan não soube informar o que motivou os pedidos de varredura e desconversou quando indagado sobre as inspeções feitas logo após operações da Lava Jato. “Eles pediram logo depois das buscas e apreensão porque se sentiam invadidos na sua intimidade”, afirmou, sem explicar os motivos para algumas varreduras não serem registradas.

Fonte Folha de São Paulo

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