Polícia baiana poderá participar das investigações do Caso Beatriz

Caso Beatriz Recife

Anúncio foi feito ontem, depois que os pais da menina, que moram em Juazeiro, reuniram-se com o governador Paulo Câmara

Passados sete meses sem elucidação do assassinato da menina Beatriz Angélica Mota, 7 anos, encontrada morta com
42 facadas durante uma festa de formatura do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, no Sertão do Estado, o Governo de Pernambuco, confirmou que vai solicitar apoio da perícia da Bahia nas investigações do caso. O anúncio foi feito ontem, depois que os pais da menina, que moram em Juazeiro, reuniram-se com o governador Paulo Câmara após chegarem ao Recife numa caravana formada por 46 pessoas que cobraram respostas sobre o crime

“Um dos encaminhamentos dessa conversa foi justamente isto: os pais de Beatriz disseram que fizeram contato prévio com governador da Bahia e com o diretor do Departamento de Polícia Técnica. Eles se colocaram à disposição para ajudar. Então, o compromisso que assumimos é que esse contato será feito e vamos pedir o apoio. Toda ajuda que parte de instituição oficial é bem-vinda”, disse o secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho. Ele reforçou que considera o crime como o número um a ser esclarecido no Estado.

“O caso é complexo. Eram mais de 1,5 mil pessoas na escola (no dia do crime). Ao fim da investigação, vamos demonstrar tudo. Acredito que esse caso será esclarecido. Tenho certeza de que as polícias civil e científica de Pernambuco têm condições de fazer uma conclusão com determinação da autoria. Vamos buscar os responsáveis por esse crime bárbaro”, assegurou Alessandro.

Para garantir o reforço do apoio do Governo de Pernambuco e cobrar celeridade nas investigações, os manifestantes
trouxeram de Petrolina e Juazeiro um abaixo-assinado com cerca de 20 mil nomes colhidos ao longo de duas semanas. “Isso é só uma simbologia de quanto a sociedade clama por justiça e pelo desvendo desse crime”, informou a administradora da caravana, Denilíria Amorim Cavalcante, amiga da família de Beatriz. Ela lamentou o fato de o caso ainda não ter sido esclarecido e acredita que há falhas nas investigações. “Como é que não se descobre um crime no centro da cidade, que tem câmeras de segurança?”, questionou Denilíria, enquanto aguardava Paulo Câmara receber os pais da menina.

Depois de passarem toda a manhã em frente ao Palácio do Campo das Princesas, no bairro de Santo Antônio, área central da cidade, os manifestantes percorreram ontem as principais vias do Centro, carregando faixas que exigiam justiça e respostas das autoridades. Por aproximadamente 40 minutos, eles chegaram a parar o trânsito na Avenida Guararapes (na altura da cabeceira da Ponte Duarte Coelho), o que impediu a circulação dos motoristas na Rua do Sol.

“Pedimos desculpas à população do Recife porque nós interrompemos o trânsito em algumas vias. Foi preciso para chamar atenção. Realmente causa um transtorno na cidade, movimenta as pessoas no seu ir e vir, mas foi um transtorno de 40 minutos, enquanto o nosso transtorno já dura 220 dias. Beatriz estava no lugar errado e na hora errada, mas tem os pais certos”, relatou o pai de Beatriz, o professor Sandro Romilton, acompanhado da esposa, Lúcia Mota, mãe de Beatriz. “É nosso dever lutar por nossa filha. É meu dever e a minha obrigação de mãe. Lutarei por ela todos os dias de minha vida, se preciso for. Nossa batalha só terminará quando os assassinos forem punidos”, disse Lúcia.

Com informações do JC Online

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