“Privatização da Petrobras não está madura para ser discutida”, diz Parente

O tom duro do discurso de Pedro Parente, na quinta-feira, na Petrobras, causou revolta entre petroleiros e sindicatos da categoria/Foto: internet

O tom duro do discurso de Pedro Parente, na quinta-feira, na Petrobras, causou revolta entre petroleiros e sindicatos da categoria/Foto: internet

Apontado por centrais sindicais como “ultra liberal” e “privatista”, o novo presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou nesta sexta-feira (3) que a privatização da estatal “não está madura” para ser discutida com a sociedade. Segundo o executivo, em entrevista a uma rádio gaúcha, a decisão sobre uma eventual privatização da petroleira caberia ao acionista controlador, a União, mas disse que o tema não foi abordado em conversa com o presidente Michel Temer.

“Não vim para cuidar de privatização da Petrobras. Não é este o meu mandato. Não vou perder tempo com essa questão, porque não está madura para uma discussão na sociedade”, afirmou o executivo na entrevista, veiculada nesta manhã. “Esse tema não se coloca para nós. Isso é uma decisão de acionista controlador. Eu não vejo essa discussão acontecendo no governo e não foi parte da conversa do presidente Temer comigo”, completou.

Parente disse que sua missão à frente da petroleira é “resgatar” a companhia. Segundo ele, sua prioridade é a recuperação financeira da empresa, com a redução do endividamento. Para tanto, ele voltou a descartar uma capitalização da estatal pelo governo, opção apontada por analistas de mercado como necessária nos próximos dois anos.

“Se o problema foi gerado dentro da companhia, nós temos que encontrar os meios para resolvê-lo dentro da própria companhia”, resumiu o executivo na entrevista. Na quinta-feira, em discurso na sede da estatal, Parente já havia descartado a opção. Segundo ele, a opção poderia diluir outros acionistas, onerar a Fazenda em tempos de rombo fiscal, além de penalizar o contribuinte.

Na entrevista, Parente indicou que não pode afirmar que a corrupção na empresa já acabou. “É muito difícil responder a esta pergunta, está certo? E eu não sou irresponsável para dizer que já acabou ou que não acabou, está certo? A afirmação taxativa que eu faço é: essas investigações continuam com todo nosso apoio”, completou.

REPERCUSSÃO – O tom duro do discurso de Pedro Parente, na quinta-feira, na Petrobras, causou revolta entre petroleiros e sindicatos da categoria. Em nota, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), maior entidade da categoria, chamou o novo presidente de “tucano”, em referência à sua atuação no governo de Fernando Henrique Cardoso.

“O tucano Pedro Parente deixou claro a que veio: retomar a agenda de privatização que iniciou no governo FHC, quando aprovou no conselho de administração mudar o nome da empresa para Petrobrax e entregar 30% da Refap à Repsol”, informou a nota.

Com informações do Estadão Conteúdo

 

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