Representantes de instituições federais de ensino demonstram preocupação com contingenciamento no recurso da educação

Audiência pública reuniu representantes das instituições federais (Foto: Jean Brito/CMP)

Na manhã de terça-feira (4) a Câmara de Vereadores de Petrolina realizou uma Audiência Pública para discutir o chamado contingenciamento de 30% do recurso da educação. O debate foi solicitado pelos vereadores José Batista da Gama (PSB) e Cristina Costa (PT), que também são professores.

Para Zé Batista, o tema – apesar de nacional – repercute na região. “Esse é um problema que versa hoje nas universidades e institutos federais. Havendo esse contingenciamento o plano de trabalho será exaurido para meados de julho. Sou egresso do Instituto Federal, não é brincadeira você trabalhar [com pouco dinheiro] e o orçamento e ainda ter o contingenciamento”, destacou o vereador.

Relatório

A Audiência Pública, explicou o vereador, resultaria em um relatório elaborado pela Câmara que será enviado aos deputados federais representantes da região, a fim de reivindicar junto ao Governo Federal a revisão do contingenciamento.

Em sua fala Zé Batista fez questão de destacar que os desvios de verbas públicas em universidades – repercutidas nacionalmente – não citam uma única instituição de ensino do Nordeste e elogiou a gestão da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e do IF-Sertão.

Educação não tem bandeira

Co-autora do pedido para a realização da Audiência, Cristina fez questão de frisar que a educação não tem bandeira partidária. “Hoje temos uma agenda que não traduz o sentimento da escola pública e da universidade pública. Nós temos que discutir o fortalecimento das universidades, das escolas, reforçar a transparência e cobrar mais investimentos. O desenvolvimento de uma nação pela educação”, destacou.

Univasf e IF-Sertão já sentem corte

Em entrevista ao Blog, o reitor da Univasf, Julianeli Tolentino explicou que desde 2015 a instituição sente a redução de repasses. “A Universidade está em situação semelhante as demais 63 universidades públicas federais. Desde 2015 estamos passando por contingenciamento, atraso em repasses e com o anúncio do bloqueio de 30% do nosso recurso de custeio nós passamos a uma situação ainda mais difícil”, afirmou.

Alguns setores já sentem o reflexo do corte. “Não conseguiremos honrar pagamento de empresas que prestam serviço à universidade, pagamento de bolsas, funcionamento do nosso serviço de transporte, RU etc. Já deixamos essa situação de forma bem clara ao Ministério da Educação e esperamos que o bloqueio seja revertido”, destacou o reitor.

Diretor do IF-Sertão, Fabiano Marinho lembrou que o IF oferece formação em diversos segmentos profissionais. “O Campus Petrolina é uma unidades diferenciada, trabalhamos com diversas modalidades de ensino: formação técnica, formação subsequente, à distância, formação de professores entre outros. Esse corte, bloqueio, contingenciamento seja lá o nome, vai causar um impacto negativo muito grande no campus de Petrolina. Teríamos que reduzir material de aulas práticas, conta de água e energia e vai abalar a política de proteção ao ensino e pesquisa, corte de bolsas e não vamos poder avançar na qualidade de ensino”, finalizou.

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