Ronaldinho chega ao Rio após deixar Paraguai em voo privado

Ronaldinho Gaúcho chegou ao Rio de Janeiro na tarde desta terça-feira (25) após deixar o Paraguai em um voo privado. No dia anterior, o ex-jogador e seu irmão Roberto de Assis Moreira, há quase seis meses, ou 171 dias, presos por entrarem no país com documentos falsos, receberam autorização judicial para voltar ao Brasil.

O ex-camisa 10 desembarcou pouco antes das 16h30 no aeroporto do Galeão. Cercado por seguranças, Ronaldinho não falou com a imprensa, vestiu máscara com o nariz para fora e deixou rapidamente o aeroporto. O ex-jogador ainda usou o capuz de sua blusa e óculos escuros.

Na audiência no Palácio da Justiça, em Assunção, que resultou na soltura dos brasileiros, o juiz penal de garantias Gustavo Amarilla Arnica concordou com as condições previamente acordadas entre a defesa dos irmãos e o Ministério Público paraguaio.

Ronaldinho terá que pagar uma multa de US$ 90 mil (R$ 503 mil), e Assis, de US$ 110 mil (R$ 615 mil), como reparação de danos ao país.

As duas multas serão descontadas do montante de US$ 1,6 milhão (R$ 8,9 milhões), depositado pelos irmãos em abril numa conta do Banco Nacional como garantia de pagamento da fiança. Com esse depósito, eles deixaram a penitenciária onde ficaram por um mês e passaram a cumprir prisão domiciliar em um hotel de Assunção.

O governo paraguaio deverá devolver o valor restante, de US$ 1,4 milhão (R$ 7,8 milhões), aos brasileiros. O dinheiro da multa, segundo o juiz, será revertido para compra de insumos sanitários para ajudar a mitigar o efeito da pandemia de Covid-19.

Após cinco meses de investigação, o Ministério Público do Paraguai entende que os brasileiros cometeram um crime ao entrarem no país com documentos adulterados, mas optou por pedir à Justiça uma suspensão condicional do processo (de um ano para Ronaldinho e dois para Assis) e não apresentar novas denúncias contra eles.

Como parte do acordo, ambos também informaram como residência fixa um imóvel no Rio de Janeiro, onde poderão ser encontrados nesse período. Também deverão permanecer com os mesmos números de celular ou informar ao Judiciário caso ocorra alteração.

Na audiência, os promotores diferenciaram as ações dos irmãos. Assis teria sido o responsável por entregar toda a documentação para confecção dos documentos falsos e se livrou da condenação por não ter antecedentes criminais no Paraguai, enquanto Ronaldinho não teria tido nenhuma participação direta na conduta ilegal.

Por isso, Assis terá que se apresentar à Justiça do Brasil a cada quatro meses durante dois anos. Ele e Ronaldinho poderão viajar para o exterior desde que informem o destino e o tempo de permanência.

No início de setembro, a prisão preventiva da dupla completaria seis meses, máximo permitido no Paraguai. Durante os cinco meses de investigação, também não ficou comprovada, segundo a acusação, a participação deles em outros crimes sob apuração no país.

Ronaldinho e o irmão foram presos em Assunção em 6 de março, após entrarem no país com passaportes e células de identidade paraguaios adulterados.

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