Samarco, Vale e BHP admitem que obra provocou tragédia em Mariana

A tragédia no município de Mariana, em Minas Gerais, levou poluição à bacia do rio Doce e ao mar no litoral norte do Espírito Santo. (Foto: Internet)

A tragédia no município de Mariana, em Minas Gerais, levou poluição à bacia do rio Doce e ao mar no litoral norte do Espírito Santo. (Foto: Internet)

Pela primeira vez desde a tragédia de Mariana (MG), em novembro do ano passado, a mineradora Samarco e suas controladoras, Vale e BHP Billiton, responsáveis pela barragem do Fundão, reconheceram que a ruptura do reservatório ocorreu numa obra aberta no topo da estrutura.

O anúncio sobre as causas do desastre -que matou 19 pessoas e deixou um rastro de destruição por todo o rio Doce até o litoral do Espírito Santo- foi realizado na tarde desta segunda-feira (29), em Belo Horizonte, com a presença dos presidentes da Samarco e da Vale e do diretor comercial global da BHP.

Os presidentes das empresas, Roberto Carvalho (Samarco), Murilo Ferreira (Vale) e o diretor da BHP, Dean Dalla Valle, não comentaram os resultados das investigações. Perguntas dos jornalistas não puderam ser feitas aos três.

Eles pediram desculpas pela tragédia, disseram sentir pelos familiares e amigos das 19 vítimas e pelos danos causados às comunidades e ao meio ambiente. Afirmaram ainda esperar que as investigações cujos resultados foram divulgados nesta segunda contribuam para a segurança na mineração.

As mineradoras apresentaram os resultados de uma investigação própria sobre a tragédia, mas evitaram falar em culpados pela série de falhas de projeto e operação ocorridas desde o início do funcionamento do reservatório, em dezembro de 2008.

Segundo as investigações, a ruptura se deu por processo de liquefação: os rejeitos armazenados na estrutura fluíram como líquido, numa “transformação abrupta” dos rejeitos. A liquefação ocorreu porque a areia armazenada ali estava solta (não compactada) e encharcada de água. As mineradoras não explicaram por que não houve controle da água. Fundão recebia rejeitos arenosos e lama, inclusive da Vale.

Fonte Folha de São Paulo

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