Segundo PF, João Carlos Lyra era encarregado de entregar propina a Eduardo Campos; FBC pode estar envolvido

(Foto: Internet)

A propina entregue teria origem das obras da Refinaria Abreu e Lima. (Foto: Internet)

Segundo a Polícia Federal (PF), o empresário João Carlos Lyra seria o líder de um suposto grupo criminoso e encarregado de entregar propina da empreiteira Camargo Corrêa ao ex-governador Eduardo Campos, que faleceu em um acidente aéreo em 2014, e ao senador Fernando Bezerra Coelho  (PSB-PE).

A propina entregue teria origem das obras da Refinaria Abreu e Lima, realizada pela Petrobras no Estado de Pernambuco, de acordo com a PF. A Abreu e Lima é alvo de outra Operação da PF, a Lava Jato.

Ainda segunda a PF, Lyra assinou o Termo de Intenção de Compra e se apresentou formalmente como o único comprador do avião Cessna Citation PR-AFA que caiu em Santos (SP) há dois anos, matando Eduardo Campos, o então candidato à presidência pelo PSB.

O inquérito da Turbulência investiga uma organização criminosa responsável pela criação e manutenção de uma série de empresas de fachadas utilizadas, segundo a PF, para fazer circular “recursos de origem espúria” de modo a ocultar os remetentes e destinatários desses valores.

Embora a investigação tenha origem na queda do avião Cessna Citation, a delegada Andrea Pinho compartilhou informações com a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e com o grupo de investigadores da Procuradoria-Geral da República.

Em busca dos verdadeiros proprietários do jatinho, os investigadores da Turbulência mapearam uma teia de empresas de fachada utilizadas para lavar e supostamente escoar dinheiro oriundo de obras públicas para campanhas políticas.

Estão na mira da PF repasses da Camargo Corrêa e da OAS que teria origem em desvios praticados em obras da Petrobras realizadas no Estado e na transposição do Rio de São Francisco.

Além de entregador de propina da Camargo Corrêa, segundo a PF, Lyra também teria utilizado as contas de empresas de fachada operadas por ele para escoar valores provenientes da OAS. De acordo com a PF, entre 2010 e 2014, foram registradas ao menos 90 transações entre a construtora as empresas ligadas a Lyra que somaram R$ 14 milhões.

“Inegável, ainda, que ele (Lyra) teria utilizado tais contas para aportar recursos provenientes de contratos superfaturados executados pela OAS, em troca da entrega de dinheiro em espécie que serviria de pagamento de propina a políticos e funcionários públicos devidos por aquela empreiteira, dissimulando a natureza criminosa dos valores recebidos”, sustenta a delegada da PF.

Defesas

“A defesa de João Lyra nega que ele tenha praticado qualquer irregularidade. Todos os esclarecimentos serão dados nos autos do processo.”

Questionado em nome do falecido Eduardo Campos, o PSB afirmou que reitera a sua confiança na “conduta sempre íntegra do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e o apoio incondicional ao trabalho de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público, esperando que resulte no pleno esclarecimento dos fatos”.

O senador Fernando Bezerra Coelho, por meio de sua assessoria, disse que “não é investigado na operação Turbulência” e informou que nunca coordenou “nenhuma campanha de Eduardo Campos”.

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