Surpreso com prisão de Mantega, PT avalia que cerco vai se intensificar

(Foto: Eliaria Andrade/Estadão)

O temor da cúpula do partido é de que Eike Batista também tenha concedido outros depoimentos. (Foto: Eliaria Andrade/Estadão)

Surpresos com a prisão temporária do ex-ministro Guido Mantega, os integrantes do PT avaliam que o episódio coloca a Lava Jato num novo patamar.

A constatação é que se fecha o cerco aos governos Lula e Dilma Rousseff. Isso porque Guido Mantega foi um homem de confiança dos dois ex-presidentes, tendo sido o ministro da Fazenda mais longevo desde a redemocratização.

Na fase “Arquivo X”, a Lava Jato se utiliza do depoimento do empresário Eike Batista, que diz ter pago US$ 2,35 milhões ao PT a pedido do próprio Mantega em troca de negócios em duas plataformas de petróleo da Petrobras.

O temor da cúpula do partido é de que Eike Batista também tenha concedido outros depoimentos envolvendo novas linhas de investigação da Lava Jato.

Desde o período Lula, Eike era considerado da turma de amigos do governo do PT. Eike, inclusive, se uniu ao discurso de Lula para desestabilizar o então presidente da Vale, o executivo Roger Agnelli, já falecido. Na ocasião,

Eike chegou a dar entrevistas cobrando maior ousadia nos investimentos da Vale, indo em sintonia com o que queria, na época, o ex-presidente Lula. Diante disso, Eike passou a ter acesso livre ao Palácio do Planalto.

A nova fase da Lava Jato mostra que a relação entre Eike e o governo se dava também em outro patamar de negócios, como a cobrança feita por Mantega no valor de R$ 5 milhões para pagar publicitários ligados ao PT.

“A esta altura do campeonato, não se esperava uma ação tão forte contra Mantega. Isso mostra que o cerco ao PT permanece”, disse, à coluna de Gerson Camarotti, um integrante do comando do partido.

Fonte G1 (blog Camarotti)

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