Assembleia da Amupe é marcada por debate sobre adiamento das eleições municipais

A Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), promoveu ontem (25), a quarta Assembleia extraordinária de prefeitos por videoconferência, desta vez com a bancada pernambucana na Câmara Federal e no Senado. Na pauta, questões relacionadas ao impacto do coronavírus no município, como o repasse do duodécimo para as câmaras municipais, o auxílio financeiro a Estados e Municípios, além do possível adiamento das eleições.

Com relação ao repasse do duodécimo da prefeitura para as câmaras municipais, os gestores pedem que os valores sejam revistos. Segundo um estudo elaborado pela Amupe, são repassados, mensalmente, pelos 184 municípios pernambucanos um montante de R$ 31.734.711,26 às câmara municipais. Por ano, o valor é de R$ 380.816.535,12, em quatro anos chega a R$ 1.523.266.140,48. Enquanto os municípios sofrem com quedas de receitas e aumento das despesas devido ao combate e, futuramente, o pós-combate a pandemia do coronavírus.

O líder do governo no Senado, o senador Fernando Bezerra Coelho, falou sobre o auxílio emergencial a Estados e Municípios, e afirmou que “ainda hoje nós vamos votar no Senado a atualização da carreira da Polícia Federal e, com isso, o presidente Bolsonaro deve sancionar a matéria logo após a conclusão da nossa reunião, ou no mais tardar amanhã”, afirmou o senador, que se mostrou contra o adiamento das eleições, e disse que “só teremos definições sobre esse pleito a partir do dia 30 de junho, quando a comissão de deputados e senadores, começar a deliberar as decisões”, completou.

Segundo um estudo produzido pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), e levado em consideração pelo presidente da entidade, Glademir Aroldi, durante a reunião, “com o adiamento das eleições, os cofres públicos teriam uma economia de cerca de R$ 6,5 bilhões, que poderiam ser investidos para ajudar o país a se reerguer no pós-pandemia”, afirmou Aroldi.

Contrário a posição de Fernando Bezerra Coelho, o senador Humberto Costa afirmou que sempre defendeu a unificação das eleições. Segundo ele, “está claro que não vai ser possível cumprir essa data de outubro. Eu entendo a preocupação dos prefeitos”.

O presidente da Amupe, José Patriota, que também é prefeito de Afogados da Ingazeira, no Sertão, enalteceu o debate ocorrido no encontro. Para ele “estamos muito preocupados com as eleições no meio de uma pandemia, é o exercício da democracia ameaçado num momento onde não se tem nenhuma previsão científica exata para o que pode acontecer nos próximos meses e as perspectivas não são boas. Não podemos privar cidadãos brasileiros de votar, aqueles que possuem mais de 60 anos ou são acometidos por comorbidades”, frisou Patriota.

Enquanto a situação tenta superar crise, oposição coloca mais lenha na fogueira

(Foto: Blog Waldiney Passos)

De um lado uma bancada que não se entende, que exala desunião, que propaga unidade, mas que pratica discórdia. Estão comendo no prato da oposição, uma minoria afinada, alinhada, com um único foco, desgastar a todo custo a situação, atribuindo-lhe inclusive tudo que é negativo ao Poder Legislativo. Em jogo não apenas a honradez do exercício do mandato, mas o desmonte a todo custo do projeto vencedor das eleições do ano passado.

As práticas que sempre foram usadas em outras legislaturas são condenadas a ferro e fogo. Reprovação de requerimento, presença de assessores do executivo no plenário, reeleição, Nova Semente, a artilharia tem um alvo certo e o batalhão de choque não está conseguindo segurar o poder de fogo do inimigo.

Informações dão conta que um novo requerimento do vereador Gilmar Santos (PT) colocará à prova mais uma vez, nesta quinta-feira (30), a coesão da bancada da situação que está visivelmente desunida. Os motivos são muitos, como externado pelo vereador Rui Wanderley na sessão da última terça-feira (28).

A troca de farpas entre integrantes do governo além de não interessar ao Executivo, depõe contra os assessores responsáveis em fazer a articulação política na Câmara. Caso não haja um entendimento, os vereadores da situação, que são maioria absoluta na casa, podem comprometer a própria gestão municipal, tudo que a oposição quer, por isso coloca mais lenha fogueira para ver o circo pegar fogo de vez.