Cumprindo decreto municipal, Diocese de Juazeiro suspende missas dominicais

Diocese cancelou missas abertas

A Diocese de Juazeiro (BA) emitiu hoje (20) uma nova nota com orientações aos fiéis durante a pandemia do coronavírus. Desta forma estão suspensas todas as celebrações, incluindo as dominicais, mesmo que ao ar livre enquanto estiverem em vigor os decretos municipais, estaduais e federais.

“Considerando, todavia, recentes normas dos poderes públicos dos municípios abrangidos por nossa Igreja Particular e, sobretudo, com grave senso de zelo pastoral e de responsabilidade com a vida de todos determinamos: ficam também suspensas todas as celebrações, incluindo dominicais, mesmo ao ar livre“, orienta a Diocese.

O documento é assinado pelo bispo Dom Beto Breis, que pede calma aos juazeirenses em meio ao pânico causado pelo covid-19. “Não vivemos tempos propícios para o pânico e o desespero, mas para a prevenção e o cuidado com a vida, dom de Deus”, destacou

De Minas Gerais, Bispo de Juazeiro escreve mensagem sobre rompimentos de barragens em Mariana e Brumadinho

(Foto: Pascom Diocesana)

O Bispo da Diocese de Juazeiro (BA), Dom Beto Breis, se encontra na Arquidiocese de Mariana (MG) onde assessora um encontro para padres de Minas Gerais e do Espírito Santo. Próximo às vitimas do rompimento da barragem de Brumadinho (MG), Dom Beto redigiu uma mensagem manifestando indignação pelo ocorrido e convidando o povo a exigir das “autoridades competentes que sejam tomadas medidas cabíveis e urgentes” em amparo às vítimas e em defesa do Rio São Francisco. Confira a mensagem na íntegra:

“Nestes dias estamos na Arquidiocese de Mariana, Minas Gerais, assessorando um Encontro de Formação Permanente para presbíteros do Regional Leste II da CNBB (Minas Gerais e Espírito Santo). Bem perto, geograficamente e no afeto, das vítimas dos crimes provocados pela Companhia Vale do Rio Doce, para a qual o lucro e os sucessos nas cotações importam incomparavelmente mais que vidas humanas e de tantos outros elementos da Criação, nossa Casa Comum.

Compaixão e indignação são sentimentos que perpassam nosso coração de pessoa humana e de Pastor do Povo de Deus. Até que ponto chegamos! A ganância e a avidez pelo lucro enceguecem e desumanizam os responsáveis por esses crimes hediondos e ferem o princípio fundamental do valor incondicional da Vida (princípio ético de qualquer civilização). Vítimas de Mariana ainda esperam, entre dor e cansaço, seus direitos serem respeitados e assegurados.

Temos, ainda, acompanhado com grande apreensão os risco reais de que o veneno que escorre com a enorme quantidade de lama, substâncias e sedimentos diversos em densidade e em grau de contaminação, chegue às águas do Rio São Francisco, nosso Velho Chico. Ele é nosso irmão e o pai das populações por onde suas generosas águas fluem até desaguarem na imensidade do Atlântico (após percorrerem 2.700 km de sua extensão). Estudos realizados comprovam que tal veneno nem sempre terá a visibilidade da lama que destrói e provoca mortes imediatas, comporta grau nocivo e letal. Podemos imaginar, apreensivos, o que pode ocorrer se medidas efetivas e imediatas não forem tomadas no sentido de que esse material contaminante não chegue à bacia hidrográfica do Rio da Integração Nacional.

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Juazeiro: homem é preso acusado de envolvimento com tráfico

(Foto: Internet/Ilustração)

Um homem foi preso na tarde da quinta-feira (12)  em Juazeiro (BA) acusado de envolvimento com o tráfico de drogas. Segundo a RONDESP Norte, Alexsandro Oliveira foi abordado no bairro João Paulo II e com ele foi encontrada uma sacola contendo maconha.

Ele relatou aos policiais que era residente no bairro, na sua casa a PM encontrou mais entorpecente que teria sido comprada com um homem chamado Léo, morador do Distrito de Itamotinga. A equipe se deslocou até o interior e na suposta residência do fornecedor foi apreendida uma arma de fogo calibre 12 e uma quantia não revelada de maconha.

Alexsandro foi preso e todo o material apreendido acabou enviado à Delegacia de Polícia Civil de Juazeiro. Léo apontado como fornecedor da droga não foi encontrado durante a ação.

Cesta básica de junho teve alta de 1,64%, aponta Colegiado de Economia da Facape

Preços foram comparados entre maio e junho de 2018 (Foto: Arquivo)

O valor da alimentação na família dos petrolinenses ficou 1,64% mais caro no mês de junho, é o que afirma o Colegiado de Economia da Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas de Petrolina (Facape). A inflação da cesta básica foi vista quando se comparado os valores do mês de maio desse ano.

No mês passado a cesta básica representou um custo de R$ 295,80 em Petrolina. Apesar da alta, a inflação de 2018 foi de 0,72% na cidade, bem abaixo dos 2,28% em Juazeiro (BA). Segundo a pesquisa, somente o pão francês e o café em pó não tiveram alta em junho na cidade pernambucana.

A recomendação do Colegiado de Economia é que o consumidor faça uma pesquisa de preço antes de realizar a compra do mês, já que a variação entre os produtos pode ultrapassar 200%.

Bispo envia mensagem de natal aos fiéis católicos da Diocese de Juazeiro

Dom Beto Breis, Bispo da Diocese de Juazeiro. (Foto: Internet)

Bispo da Diocese de Juazeiro, Dom Beto Breis, envia mensagem de natal aos católicos da Diocese de Juazeiro. Leia a mensagem na íntegra:

NATAL: FESTA DA HUMILDADE DE DEUS, FESTA DA HUMANIDADE

Vi ontem um bicho

Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.

 Quando achava alguma coisa,

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.

 O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Não era um rato. 

O bicho, meu Deus, era um homem.

Natal é a festa da Humanidade. É Celebração carregada de otimismo antropológico: se o próprio Deus assume nossa condição, quanto valor não haverá cada pessoa humana, imagem de Deus formada na Criação e re-formada na Encarnação do Verbo? Todavia, é sempre o pecado, com suas múltiplas expressões pessoais e sociais, que de-forma essa imagem, que lhe nega e avilta. Daí tantos rostos de-formados pela abissal, persistente e escandalosa desigualdade num país de “tradição cristã”. No âmbito mundial, guerras estúpidas (existe guerra sensata?) reforçam ódios, pré-conceitos, barreiras e geram dor e morte num jogo de retaliações e vingança nada próprias de uma “Civilização” que se diz cristã.

O poema que abre este artigo, do grande poeta pernambucano Manuel Bandeira (+1968), convida a olhar corpos de-formados, dignidades feridas de quem vive de sobras, de restos das mesas dos epulões. De fato não aprendemos a lição do Natal. Ousamos romantizar o nascimento do Deus-humanado em uma estrebaria (foi o que sobrou, pois “não havia lugar para eles na hospedaria”, como afirma o Evangelista) e a substituí-lo por um velhinho lendário e bem adequado aos gostos consumistas e neoliberais. Não é também pequena a tentação de substituirmos o cerne da mensagem natalina, evangélico, por mensagens piegas, nada in-cômodas e desafiadoras, carregadas de sentimentalismo estéril, efêmero e intimista. Estamos distantes de Francisco de Assis, que ao se encantar com o mistério da humildade de Deus des-velada no Natal, “cria” o presépio para vislumbrar a concretude da sua pobreza: “Quero lembrar o menino que nasceu em Belém, os apertos que passou, como foi posto num presépio, e ver com os próprios olhos como ficou em cima da palha, entre o boi e o burro” (1 Celano 84).

O Natal anuncia que o Filho dileto do Pai despoja-se de sua divindade para re-vestir de dignidade nossa humana condição. O Verbo se faz corpo re-velando a sacralidade inviolável de cada corpo humano. Celebrar dignamente o Natal implica, portanto, em reconhecer que o humano é caminho inexorável para se chegar ao divino. Não se pode acolher o Cristo que vem ao nosso encontro sem deixar-se encontrar e interpelar pelo outro, particularmente os feridos e negados em sua dignidade, tratados como bichos. Apoiar (concretamente) movimentos, grupos, entidades e associações que estão a serviço da afirmação e do resgate da dignidade humana é possível gesto concreto de quem aprende que celebrar o nascimento daquele que se faz nosso irmão é irmanar-se, romper velhas crostas de egoísmo e indiferença. Na festa do Deus in-visível que se faz visível em nossa carne, abramos os olhos para re-conhecer os in-visíveis de nossa sociedade!

 Neste período privilegiado, sonhemos com um tempo novo, no qual a nenhum ser humano seja imposta condição des-humana. Esse é o sonho de Deus! Empenhemo-nos, com nossa responsabilidade e compromisso, ensaiando um tempo novo daquela Paz anunciada pelos anjos aos humildes pastores. Paz que é fruto da Justiça!

Que o Natal nos in-comode e des-instale como homens e mulheres encantados pelo Deus que na sua ternura amorosa dá-se por inteiro a nós (quem ama não dá sobras, nem restos). Caso contrário “haverá luzes, festas, árvores iluminadas, presépios, (…) mas é tudo falso“, como bem lamentou o Papa Francisco recentemente.

Dom Beto Breis, OFM

Diocese de Juazeiro – Bahia