Líder de assalto a banco é guarda de trânsito e pretendia seguir na carreira política em Pernambuco

Registro do assalto a Brinks em fevereiro deste ano (Foto: Antônio Coelho/ TV Globo)

O suspeito de liderar uma quadrilha especializada a bancos e que roubou a sede da empresa de valores Brinks, Willames Aguiar Silva, de 24 anos era guarda de trânsito de Olinda desde 2011.

Segundo informações da Polícia Civil de Pernambuco, o acusado é um dos integrantes pernambucanos que faz parte da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Na casa dele, a polícia encontrou dinheiro, munições de vários calibres, veículos de luxo e um papel com o desenho da base da Brinks.

O próximo passo de Willames era entrar para a carreira política. Segundo a polícia, ele pretendia ser candidato nas próximas eleições. Ele e outros integrantes da quadrilha teriam relação de proximidade com partidos políticos e até já teriam financiado algumas campanhas municipais com dinheiro fruto de roubo.

O delegado João Gustavo Godoy, que apresentou nessa quarta-feira (2) a prisão de integrantes da quadrilha que roubou a Brinks, em fevereiro deste ano, disse que essa ligação do grupo com partidos políticos continua sob investigação e não revelou detalhes do esquema.

Com informações do JC

Suspeito de roubo à transportadora Brinks é preso no RN

Homem foi um dos detidos pelas polícias potiguar e sergipana por envolvimento com assaltos a bancos, inclusive no Recife

As investigações de ataques a bancos em Pernambuco podem ter avanços a partir de prisões feitas, nos últimos dias, por policiais do Rio Grande do Norte e de Sergipe. Uma delas, ocorrida na Grande Natal, foi a de Rodrigo Anderson Gomes de Souza, 34 anos, suspeito de participar do ataque à transportadora de valores Brinks, no Recife, em 21 de fevereiro deste ano.

A quadrilha da qual ele faria parte seria chefiada por um integrante do Sindicato do Crime, facção que comanda, de dentro de presídios potiguares, crimes em várias partes do Nordeste, inclusive em Pernambuco.

A ficha de Rodrigo, conhecido como “Sadan”, é extensa. Em 2007, ele foi preso em flagrante por tentar assaltar uma padaria em Natal. Em 2014, foi autuado pelo furto de objetos roubados de dentro de um carro. Na última quinta-feira, voltou a ser preso junto com mais quatro pessoas, desta vez, por meio da Operação Fogo contra Fogo, que investiga assaltos a bancos.
“Prendemos foragidos da Justiça que participavam de células que praticavam ações criminosas não só no Rio Grande do Norte, mas em vários estados”, disse o delegado geral da Polícia Civil do RN, Claiton Pinho, acrescentando que tem trocado informações com polícias de estados vizinhos. No caso da Brinks, a participação de Rodrigo teria consistido no uso de um carro locado por ele para dar apoio à investida. O veículo acabou abandonado após a ação. A Polícia Civil de Pernambuco não confirma nem desmente a relação dele com a investida e diz que só se pronunciará após a conclusão do inquérito.
Sergipe
Já a Polícia Civil de Sergipe prendeu, no fim de semana, num apartamento em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, cinco suspeitos de ações contra bancos em vários estados. Conforme as investigações, eles estavam prestes a alvejar alguma agência bancária em Pernambuco. Em 21 de janeiro deste ano, já teriam arrombado uma unidade do Santander na Capital, levando R$ 500 mil.
O líder do grupo, o catarinense Paulo Roberto Ponath, o “Rei dos Caixeiros”, é conhecido por arrombar caixas eletrônicos desde os anos 90. Já havia sido preso no Recife em 2009 por furtar R$ 2 milhões de quatro agências do Banco do Brasil.

“Sabemos que essa quadrilha possui uma estrutura, principalmente, para ocultação de bens e lavagem de dinheiro. Continuaremos investigando”, ressaltou o delegado Dernival Eloi, da polícia sergipana.

Com informações da Folha de Pernambuco.

Testemunha revela que envolvidos no assalto a empresa Brinks não falavam português

(Foto: Antônio Coelho/ TV Globo)

Nesta quinta-feira (23), uma das testemunhas do assalto a empresa de transporte de valores Brinks, revelou que os assaltantes não falavam português. O assalto aconteceu durante a madruga da última terça-feira (21), no bairro Estância, em Recife.

Em entrevista à Folha de Pernambuco, uma das cinco pessoas rendidas no posto BR usado como acesso para chegar ao alvo reforçou que a ação demorou longos minutos e que os assaltantes não chegaram todos juntos, de uma única vez, ao local do crime. A testemunha informou que a maioria dos criminosos não falava em português durante a ação.

“Só ouvi os tiros e minha primeira reação foi me jogar no chão”, disse. “Pouco depois, um assaltante entrou na loja já com um funcionário rendido, gritando para que saíssemos com ele. Quando saí, tinham alguns carros e a rua estava tomada de homens vestidos de preto e com muitas armas grandes. Eles atiravam o tempo todo e eu pensei que iria morrer.”

Questionada sobre o que os homens falavam durante a ação, a vítima disse que era incompreensível. “Não dava para entender. Eles não falavam a nossa língua, era outro idioma. Não estou dizendo isso porque estávamos nervosos na hora e entendemos mal. Realmente, eles conversavam entre si em uma língua que nós não entendemos. O único que falava português era aquele que entrou na conveniência mandando a gente sair e, mesmo assim, ele tinha um sotaque diferente”, afirmou.

De acordo com a vítima, este homem foi responsável por acalmar os funcionários. “Estávamos muito nervosos, pedíamos para não morrer porque temos família e aí ele nos disse que nada aconteceria com a gente. Ele também disse que seria o nosso ‘anjo da guarda’. ”

A vítima ficou sob a mira de armas o tempo todo. Pouco depois que o segundo grupo chegou, no posto, eles receberam a ordem de correr. O depoimento encontra confirmação nas imagens de segurança do posto.

“Corremos pela Avenida Tapajós e pulamos o muro de uma casa, onde nos escondemos até o tiroteio, que durou 1h30min, parar. ”

Nenhum dos funcionários que estavam no posto na madrugada do crime, voltou ao trabalho. “Não sei como será a volta, mas estou em pânico. Não consigo nem dormir. ”

Com informações do FolhaPE