Otan: “Não vamos entrar na Ucrânia, nem no espaço aéreo, nem em solo”

Após reunião dos países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenber, afirmou  hoje (4) que os 30 países membros mantêm a decisão de não entrar em território ucraniano por receio de uma escalada da violência. A Otan vem apoiando a Ucrânia desde 2014, com treinamento militar e fornecimento de armamentos, mas, como o país não faz parte do bloco, a decisão é de que a aliança militar não participe ativamente na guerra.

“Nós já deixamos claro que não vamos entrar na Ucrânia, nem no espaço aéreo, nem em solo. Se nós fizéssemos uma zona de exclusão aérea, teríamos que mandar aviões nossos e derrubar aviões russos. Nós entendemos o desespero [da Ucrânia] mas também acreditamos que se fizéssemos isso, levaríamos a uma guerra total na Europa, envolvendo muito mais países e causando muito mais sofrimento. É muito dolorosa essa decisão. Nós impusemos sanções severas e aumentamos o apoio, mas não podemos participar diretamente do conflito”, explicou Stoltenberg.

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Presidente da Ucrânia pede fim de bombardeios antes de novas negociações de cessar-fogo

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse em entrevista à imprensa internacional que as forças russas precisam parar de bombardear cidades ucranianas antes das novas negociações de cessar fogo.

Nesta semana, representantes dos dois países se encontraram na fronteira com Belarus, mas a reunião rendeu poucos progressos.

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Família da salgueirense, Vitória Magalhães consegue atravessar fronteira e está na Polônia

Juninho (esq.) ao lado da esposa e do filho

Nesta terça-feira (1º), por volta das 8h no horário local (madrugada aqui no Brasil), Guilherme Smith, Cristian Fagundes, Juninho, a esposa dele, Vitória Magalhães, e o filho Benjamim, de 4 anos, conseguiram deixar o país com ajuda de um motorista brasileiro que estava em Kiev, capital da Ucrânia, mas conseguiu chegar a Lviv, onde os jogadores estavam hospedados para resgatá-los.

“O dia 1º de março ficará marcado em nossas vidas. Conseguimos atravessar para a Polônia graças a Deus. Estamos todos bem, Deus honrou seu nome mais uma vez, glória a Deus vamos para casa. Nos esperem família, estamos chegando”, disse Guilherme Smith.

Ao Ge, o agente de Guilherme, Felipe Fortuna, informou que os jogadores seguem de carro para Varsóvia, capital polonesa, com a ajuda de um brasileiro, que auxilia outras pessoas a imigrarem para o país.

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O jogador Juninho também postou um vídeo nas redes sociais para informar da chegada deles à Polônia. Ao lado do filho Benjamin e da esposa, o atleta relatou a felicidade da família em finalmente deixar o país em meio à guerra com a Rússia.

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Rússia e Ucrânia concluem primeira rodada de negociações sem cessar-fogo imediato

Sem alcançar um cessar-fogo imediato, a Rússia e a Ucrânia travaram nesta segunda-feira a primeira rodada de negociações diplomáticas sobre a guerra em curso na Ucrânia.

As delegações de Moscou e Kiev se reuniram por várias horas na região de Gomel, na Bielorrússia, perto da fronteira com a Ucrânia, e depois retornaram às suas capitais para consultas, disse o negociador-chefe ucraniano, Mikhailo Podoliak.

Ele afirmou que as negociações são difíceis e o lado russo é tendencioso.

“Infelizmente, o lado russo ainda tem uma visão muito tendenciosa dos processos destrutivos que lançou”, disse Podoliak no Twitter depois de participar das negociaçõea. “As partes estabeleceram uma série de prioridades e questões que exigem algumas decisões”, acrescentou.

Seu homólogo russo, Vladimir Medinski, indicou que a nova reunião acontecerá “em breve” na fronteira entre a Polônia e a Bielorrússia. A delegação russa disse à Belarus News que eles “identificaram certos pontos a partir dos quais podemos prever posições gerais”.

Segundo uma autoridade ucraniana, os representantes dos dois lados planejam realizar uma segunda rodada “nos próximos dias”.

As negociações começaram quase ao mesmo tempo em que a Rússia lançava um ataque contra a segundo maior cidade da Ucrânia, Karkhiv. Foguetes russos mataram dezenas de pessoas e deixaram centenas de feridos na cidade, que fica no Leste da Ucrânia, a 65 km da fronteira com a Rússia.

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Sogra de influencer de Caruaru consegue sair da Ucrânia após seis dias fugindo da guerra

A sogra do influenciador digital brasileiro Anderson Dias, de 28 anos, conseguiu sair da Ucrânia depois de seis dias fugindo da guerra causada pela invasão da Rússia. A ucraniana Tetiana Sukhoparova, de 52 anos, tenta entrar na Polônia após cruzar a fronteira de ônibus.

O jovem ficou conhecido por sair de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, para visitar 196 países em 543 dias. Na sexta-feira (25), ele disse que conseguiu um avião emprestado para resgatar a sogra ucraniana e brasileiros que tentam fugir da guerra. A operação para resgatá-la começou antes da invasão russa na Ucrânia.

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Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), a Polônia recebeu, até o domingo (27), mais 368 mil pessoas refugiadas da Ucrânia. Mais da metade das pessoas que fugiram da guerra entrou no país.

A saída de Tetiana Sukhoparova da Ucrânia foi divulgada por Anderson Dias nesta segunda-feira (28). A sogra dele saiu da cidade de Kremenchuk depois de ser resgatada pelo jogador brasileiro Lucas Rangel, do Vorskla Poltava.

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Presidente da Ucrânia diz que não vai baixar as armas

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, afirmou em vídeo publicado na manhã deste sábado (26) em suas redes sociais que a Ucrânia não vai baixar as armas.

“Não vamos baixar as armas, vamos defender nosso estado”, disse Zelensky na gravação feita em frente a seu escritório na capital do país.

Na publicação, o presidente pediu que ninguém acredite em falsificações. “Nossa arma é a verdade, e nossa verdade é que esta é nossa terra, nosso país, nossos filhos, e vamos defender tudo isso. Isso é tudo que eu queria te dizer. Glória à Ucrânia”, concluiu.

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Ucrânia admite desistir de entrada na Otan; Putin se diz disposto a negociar, mas incentiva militares a traírem presidente

Presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante pronunciamento à nação em Moscou
21/02/2022 Sputnik/Alexey Nikolsky/Kremlin via REUTERS

Acuado por uma avassaladora invasão russa, que chegou a Kiev, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu negociações ao Kremlin em dois pronunciamentos diferentes nesta sexta-feira (25). Em um deles, o líder ucraniano afirmou que seu país pode adotar um “status neutro” — o que, na prática, significaria o abandono da ambição de entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar ocidental liderada pelos Estados Unidos.

Após inicialmente rejeitar a proposta, declarando por meio de seu chanceler que Zelensky “mentia” e que a diplomacia só teria lugar após uma rendição, o Kremlin afirmou que Vladimir Putin está disposto a enviar uma delegação para Minsk, capital de sua aliada Bielorrússia, para negociações.

— Vladimir Putin está disposto a enviar uma delegação russa de alto nível para Minsk para negociações com uma delegação ucraniana — disse o porta-voz do Kremlin,  Dmitri Peskov, a agências russas de notícias.

Posteriormente, Peskov afirmou que os ucranianos propuseram que as negociações ocorram em Varsóvia (Polônia), e não em Minsk, mas que os contatos entre as duas partes agora estão “em pausa”. Ele não declarou se Putin aceitou a contraproposta.

Ao mesmo tempo, em uma reunião televisionada do seu Conselho de Segurança, Putin pediu aos militares ucranianos que assumam o governo, ou seja, que derrubem Zelensky, porque dessa forma “seria mais fácil negociar”.

— Apelo mais uma vez aos militares das Forças Armadas da Ucrânia: não permitam que neonazistas e (nacionalistas radicais ucranianos) usem seus filhos, mulheres e idosos como escudos humanos — disse Putin em uma reunião por videoconferência com o Conselho de Segurança da Rússia que teve transmissão televisiva.

Putin afirmou que a Rússia está lutando principalmente contra “ultranacionalistas” e pediu por um golpe militar:

— Tomem o poder em suas próprias mãos. Parece que assim mais fácil para nós chegarmos a um acordo do que com essa gangue de drogados e neonazistas.

Fonte: O Globo

Biden diz que EUA e aliados responderão a ataque ‘injustificado’ da Rússia à Ucrânia

Os Estados Unidos e seus aliados responderão de forma unida e decisiva a “um ataque não provocado e injustificado das forças militares russas” à Ucrânia, disse o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, depois que explosões foram ouvidas na capital ucraniana, Kiev.
— O presidente (Vladimir) Putin escolheu uma guerra premeditada que trará uma perda catastrófica de vidas e sofrimento humano”, disse Biden, em comunicado. “Somente a Rússia é responsável pela morte e destruição que este ataque trará. O mundo responsabilizará a Rússia—  acrescentou.

No Reino Unido, o premier britânico, Boris Johnson, voltou a reiterar, em um discurso televisionado, que seus aliados anunciariam “sanções coordenadas”.

— Hoje, ao lado de nossos aliados, vamos anunciar sanções coordenadas, depois de, no começo da semana, termos concordado com um pacote inicial de medidas que foi criticado por ser visto como uma resposta fraca ao reconhecimento [pela Rússia] de duas regiões separatistas na Ucrânia — disse.

Afirmando que a invasão é uma “catástrofe”, ele defendeu que o Ocidente ponha fim à sua dependência do gás e do petróleo russo, visto por ele como uma forma de Moscou manter algum tipo de controle sobre a Europa.

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Ucrânia declara estado de emergência

A Ucrânia declarou estado de emergência nesta quarta-feira (23) e pediu que seus cidadãos na Rússia deixem o país, enquanto Moscou começou a esvaziar sua embaixada em Kiev no último e sinistro sinal para os ucranianos que temem um ataque militar completo da Rússia.

Os bombardeios foram intensificados na fronteira leste da Ucrânia, onde o presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu a independência de duas regiões rebeldes apoiadas por Moscou nesta semana, e decretou o destacamento de tropas russas como “mantenedores da paz”.

Mas ainda não havia indicações claras sobre se ele planeja seguir essa medida com um ataque ao país vizinho com milhares de soldados acumulados nas regiões de fronteira com a Ucrânia.

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Manifestação contra reformas termina em conflito e depredação na Esplanada

Manifestante protesta contra a reforma da Previdência, coberto pela fumaça de bombas lançadas pela PM do Distrito Federal

Depois de uma marcha pacífica em Brasília, do estádio Mané Garrincha até o gramado em frente ao Congresso Nacional , a manifestação organizada por centrais sindicais nesta quarta-feira (17) terminou em conflito com policiais e depredação na Esplanada dos Ministérios.

As centrais sindicais pediam o fim das reformas trabalhista e previdenciária e a saída do presidente da República, Michel Temer, além de eleições diretas para definir o sucessor, quando alguns grupos de mascarados provocaram a Polícia Militar, que reagiu com spray de pimenta, gás lacrimogênio e balas de borracha.

Por conta do conflito, o presidente Michel Temer editou decreto, determinando que as Forças Armadas garantam a lei e a ordem no Distrito Federal até o dia 31 de maio. A medida causou polêmica no Plenário da Câmara.

Manifestantes

Os trabalhadores que participaram do protesto são ligados às centrais sindicais e vieram de ônibus de várias partes do País. Segundo os organizadores, somaram 200 mil pessoas. A PM estimou em 35 mil.

Natália Souza, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Araguari (MG), defendeu a realização do protesto. “A gente não tem que ficar dentro de casa somente reclamando do Brasil”, disse. “A gente está aqui para procurar por um Brasil melhor, para tentar tirar o Temer, porque, do jeito que está, não tem como continuar.”

Para Cleide Coutinho, coordenadora do Movimento Sem Teto em Salvador, os atos de vandalismo tiraram o brilho da manifestação. “Acaba dispersando as pessoas, acaba desfocando. Infelizmente, somos trabalhadores e trabalhadoras recebidos com gás lacrimogênio.”

Ação policial

Deputados da oposição que estavam no protesto afirmaram que a PM exagerou, teria jogado várias bombas na direção no carro de som e de manifestantes que não estavam mascarados. Os organizadores haviam recomendado que os manifestantes evitassem confrontos e também pediam calma aos policiais.

Para o líder do DEM na Câmara, deputado Efraim Filho (PB), a polícia fez o seu papel. “Se existiu manifestação legítima, houve também vandalismo, depredação e pichação de patrimônio público. A Polícia Militar reagiu, mas também foi agredida.”

Em nota, a PM do Distrito Federal informou que usou a força de maneira “progressiva” porque os manifestantes tentaram invadir o perímetro de segurança em torno da Praça dos Três Poderes.

Quatro pessoas foram detidas. Segundo a PM, um homem, ao tentar atingir um policial com um rojão, teve ferimento na mão, devido à explosão, e foi socorrido por outros manifestantes.