CPI da Covid: relator pede o indiciamento de Bolsonaro e mais 65 pessoas e 2 empresas

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), registrou na manhã desta quarta-feira (20) seu relatório final no sistema do Senado. O texto pede 68 indiciamentos, entre pessoas físicas e empresas. O presidente Jair Bolsonaro é uma delas.

Três filhos do presidente, ministros, ex-ministros, deputados federais e empresários também estão na lista dos pedidos de indiciamento.

Renan leu um resumo do documento durante uma hora na sessão da CPI. O relatório completo tem mais de 1000 páginas.

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Ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde envia ao STF pedido de suspensão de prisão na CPI da Covid-19

Roberto Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde.

Roberto Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, pediu nesta 3ª feira (27) para o STF (Supremo Tribunal Federal) suspender todos os efeitos da prisão em flagrante determinada pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19.

A relatora do caso é a ministra Rosa Weber. Dias foi preso em flagrante em 7 de julho enquanto prestava depoimento à CPI. Ele foi acusado de dar falso testemunho. O ex-diretor foi liberado no mesmo dia depois de pagar fiança e responde ao processo em liberdade.

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Após vídeo mostrando reunião do “gabinete paralelo”, CPI quer ouvir Osmar Terra

Vídeo divulgado na sexta-feira pode gerar novo capítulo na CPI

O vídeo de uma suposta reunião do chamado “gabinete paralelo” no Governo Federal, para debater as medidas no enfrentamento a covid-19, pode gerar um novo capítulo na CPI da Pandemia. Vice-presidente da Comissão, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou pedidos de convocação ao deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) e ao médico Paolo Zanotto.

Eles participaram da reunião do gabinete, orientando o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) para fazer uso da hidroxicloroquina no combate ao vírus, mas o medicamento até hoje não tem comprovação científica contra a covid. No vídeo, Terra é chamado de “assessor” por Bolsonaro.

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CPI aprova reconvocação de Pazuello e oitiva de nove governadores

A CPI da Pandemia aprovou, na quarta-feira (26), a reconvocação do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, do atual titular da pasta, Marcelo Queiroga, de nove governadores e do ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. As datas ainda serão agendadas.

Os senadores decidiram convocar todos os governadores citados em uma investigação da Polícia Federal. Também serão ouvidos o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub e ex-servidores da Saúde. Veja a seguir quem será convocado:

  • Wilson Lima (PSC), governador do Amazonas
  • Helder Barbalho (MDB), governador do Pará
  • Ibaneis Rocha (MDB), governador do Distrito Federal
  • Mauro Carlesse (PSL), governador do Tocantins
  • Carlos Moisés (PSL), governador de Santa Catarina
  • Waldez Góes (PDT), governador do Amapá
  • Wellington Dias (PT), governador do Piauí
  • Marcos Rocha (PSL), governador de Rondônia
  • Antônio Denarium (sem partido), governador de Roraima
  • Daniela Reinehr (sem partido), vice-governadora de Santa Catarina
  • Wilson Witzel (PSC), ex-governador do Rio de Janeiro
  • Eduardo Pazuello (ex-ministro da Saúde)
  • Marcelo Queiroga (Ministro da Saúde)
  • Arthur Weintraub (ex-assessor da Presidência da República)
  • Filipe Martins (assessor da Presidência da República)
  • Airton Antônio Soligo (ex-funcionário do Ministério da Saúde)
  • Marcos Erald Arnoud (prestou serviços ao Ministério da Saúde)
  • Carlos Wizard (empresário)
  • Paulo Baraúna (empresário)
  • Luana Araújo (ex-secretária do Ministério da Saúde)

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), não aceitou pedido feito pelo Senador Marcos Rogério (DEM-RO) para convocar o pastor Silas Malafaia. Na semana passada, Flávio Bolsonaro (Republicanos – RJ), filho do presidente da República, disse na CPI que Malafaia é um conselheiro diário de Bolsonaro e sugeriu que ele fosse ouvido pelo colegiado.

Presidente da CPI da Covid afirma que Pazuello deve ser convocado novamente

No fim de semana, Pazuello compareceu a ato com Bolsonaro

“Não tenho dúvida que ele será reconvocado”. A afirmação é do presidente da CPI da covid, Omar Aziz (PSD-AM). Em entrevista à CNN Brasil nesta segunda-feira (24), Aziz afirmou que o ex-ministro da Saúde disse muitas mentiras na primeira oitiva e será necessário ouvi-lo novamente.

“Não tenha dúvida que ele será reconvocado porque mentiu e mentiu muito. E aqueles que mentem na CPI, com certeza absoluta, serão indiciados“, afirmou. A nova convocação de Pazuello também defendida pelo vice-presidente da comissão, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Sem habeas corpus

“Ele [Pazuello] é um caso que será chamado novamente, mas espero que, dessa vez, sem habeas corpus, sem nenhuma proteção anti-falar a verdade“, continuou. No final de semana, a assessoria de Aziz afirmou à CNN que o requerimento para reconvocar Pazuello deve ser votado na quarta-feira (26).

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Ernesto Araújo nega ofensas à China e confirma que não houve recomendação para acelerar compra de vacina

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo negou ter feito ofensas ao Governo Chinês e confirmou orientação do Governo Federal para compra da cloroquina no enfrentamento à covid-19. O depoimento de Ernesto aconteceu na terça-feira (18) e ele também confirmou: não houve qualquer orientação para agilizar a compra de vacinas.

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“Não me recordo de reuniões em que se falasse: ‘Olha, vamos comprar tal vacina ou não vamos comprar’. Exceção de uma reunião em março, final de fevereiro, que se decidiu que o presidente ia entrar em contato com o presidente da Pfizer para obtenção da vacina da Pfizer”, afirmou.

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Senadores se irritam com ex-titular da Secom por respostas durante CPI da Covid

(Foto: Agência Senado)

O ex-chefe da Secretaria de Comunicação do Governo Federal, Fábio Wajngarten participou da CPI da Covid, na quarta-feira (12) e foi alvo de críticas por parte dos senadores. Por diversas vezes ao longo de sua participação, ele deu informações contraditórias aos fatos.

O estopim para a revolta com Wajngarten veio após ele ter dito que não se lembrava da entrevista à revista Veja, na qual criticou o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pela demora na compra de vacinas da Pfizer/BioNTech. O questionamento foi feito pela senadora Eliziane Gama. “Queria que o senhor nos respondesse de forma clara: A cerca da sua entrevista para a revista Veja. O senhor confirma que o senhor não passou a informação para a revista Veja a cerca da incompetência do ministro Pazuello?“, perguntou.

Contradição

“Jamais. Jamais adjetivei, rotulei, emiti opinião. Até porque o meu contato com o ex-ministro Pazuello, conforme dito, foi de bom dia, boa tarde, boa noite“, justificou o ex-secretário. “Incompetência, foi incompetência. Quando você tem um laboratório americano com 5 escritórios de advocacia apoiando a negociação e você tem do outro lado um time pequeno, tímido, sem experiência, é 7 a 1“, disse Wajngarten à Veja.

Diante das respostas efusivas, o relator da CPI, Renando Calheiros chegou a pedir a prisão do ex-secretário pela flagrante mentira. O final do dia foi marcado por debates acalorados. A CPI da Covid investiga a atuação do Governo Federal no enfrentamento ao novo coronavírus.

“O grande debate vai ser técnico”, diz Humberto Costa sobre CPI da Covid

(Foto: Arquivo)

O senador Humberto Costa (PT) também foi entrevistado no programa Super Manhã com Waldiney Passos, nesta quinta-feira (22), para avaliar a CPI da covid. Assim como Fernando Bezerra Coelho (MDB), o pernambucano não acredita que a Comissão servirá de palanque político.

“O grande debate vai ser técnico. Nós vamos aprofundar essa apuração de responsabilidade, além de que a CPI vai também trabalhar com o cenário de que essa pode ter sido a primeira de uma série de outras pandemias, de outras doenças que vão acontecer no mundo. E nós precisamos aprender com os erros e acertos que cometemos nessa condução“, disse à Rádio Jornal Petrolina.

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Na opinião do petista, a CPI vem para avaliar também a legislação nacional no quesito saúde. “Vai permitir que nós possamos fazer uma avaliação se a nossa legislação de saúde pública está adequada, se responde às necessidades que o país tem e com tal, nós também pensarmos em promover mudanças legislativas“, informou.

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(Foto: Ascom)

Líder do governo no Senado Federal, Fernando Bezerra Coelho (MDB) analisou o cenário da CPI da Covid durante entrevista ao programa Super Manhã com  Waldiney Passos, nesta quinta-feira (22). O político petrolinense lembrou que não compete a CPI investigar governadores e prefeitos, por não ser da alçada do Senado e acredita num debate técnico durante os trabalhos.

“É um debate que precisa ser técnico, restrito a causas que motivaram a sua criação. Vamos tentar identificar quais foram as políticas públicas utilizadas, como também verificar a correta aplicação dos recursos que foram transferidos aos municípios brasileiros”, disse à Rádio Jornal Petrolina.

Sem risco de impeachment, afirma FBC

Na opinião do senador, essa CPI será o momento ideal ao Governo Federal para confirmar a atenção com estados e municípios. Mas reitera, não é hora de fazer política. “A nossa expectativa é que de fato, a CPI não sirva de palanque eleitoral“, pontuou.

Questionado por Waldiney Passos sobre a possibilidade de a CPI resultar em um impeachment de Bolsonaro, o senador afirma que tal hipótese não existe. “Longe disso. Ninguém trabalha com esse cenário, acho que a CPI vai ser uma oportunidade para a população possa tomar conhecimento das ações concretas e positivas desenvolvidas pelo governo Federal. Não acredito em nenhuma hipótese que a CPI possa avançar para criminalizar a pessoa do presidente Bolsonaro”, ratificou.

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Renan Calheiros será relator da CPI da Covid, afirma CNN Brasil

De acordo com a equipe da CNN Brasil, Renan Calheiros (MDB-AL) será escolhido como relator da CPI da Covid-19. A presidência da Comissão ficará nas mãos de Omar Aziz (PSD-AM) e a vice-presidência, com o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

A informação teria sido repassada à emissora pelo próprio Randolfe. Aziz possui perfil independente, mas apesar disso não era bem visto pelo Palácio do Planalto para ser o presidente. Já Randolfe faz oposição sistemática ao Executivo e é um dos autores do pedido de investigação.

Apesar de ter direito a assumir a presidência, o MDB – maior partido na Casa Legislativa – preferiu manter a relatoria, abrindo espaço ao PSD.