Caixa dois sempre foi modelo reinante no país, diz Emílio Odebrecht

O empresário Emílio Odebrecht afirmou em depoimento ao juiz Sérgio Moro que caixa 2 na política sempre houve no País

Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, nesta segunda-feira (13), o empresário Emílio Odebrecht, afirmou que o sistema de doações de empresas, por meio de caixa dois, a partidos políticos “reina” no país desde há época em que seu pai, Norberto, presidia o grupo Odebrecht.
O depoimento de Emílio que está sob sigilo da Justiça Federal do Paraná, acabou vazando na internet por conta de um erro técnico no sistema de consulta processual da Justiça Federal do Paraná.
O dono do grupo Odebrecht, Emílio, depôs como testemunha de defesa na ação da Operação Lava Jato em que o filho, Marcelo Odebrecht, é acusado de pagar propinas ao ex-ministro Antonio Palocci.
Para o juiz Sergio Moro, Emílio disse que sabia da existência de um responsável pelos pagamentos dentro da empreiteira, mas disse que não conhecia o “Setor de Operações Estruturadas”, que de acordo com o Ministério Público Federal (MPF), era o “departamento de propinas” da empresa.
O empresário afirmou não saber se o codinome “italiano” citado em planilhas da empresa corresponde ao ex-ministro Antonio Palocci. No entanto, segundo Emílio, existiam executivos da empreiteira que dialogavam com o governo levando “contribuições daquilo que era importante para o país” e também buscando questões de interesse da Odebrech

Emilio Odebrecht e executivos começam a assinar acordos de delação

(Foto: internet)

(Foto: internet)

acordos de delação premiada da empreiteira Odebrecht começaram a ser assinados na tarde desta quinta-feira (1º). Emilio Odebrecht, filho do fundador da empresa, já assinou.

No total, 77 executivos e ex-executivos fecharão acordos com o Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato. Cada um assinará um termo.

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Arena Corinthians foi presente para Lula, diz Emílio Odebrecht

oie_24112850lsebexztEmílio Odebrecht, presidente do conselho de administração do grupo que leva o seu sobrenome, afirmou em negociação de delação premiada que o Itaquerão, também conhecido como Arena Corinthians, foi um presente ao ex-presidente Lula, que é torcedor do time. A informação foi dilvulgada por Mário Cesar Carvalho no jornal Folha de São Paulo.

De acordo com o empresário, o agrado foi uma retribuição à ajuda dada por Lula à Odebrecht enquanto esteve na Presidência, de 2003 a 2010. Durante o período em que o PT governou o país (2003 a 2015), o faturamento nominal do grupo subiu de R$ 17,3 bilhões para R$ 132 bilhões.

Por pressão de Emílio, seu filho Marcelo, preso há 15 meses e já condenado a 19 anos de prisão, e 80 executivos da empresa decidiram buscar acordo de delação. Para Emílio, que passou a integrar o acordo porque era o principal interlocutor de Lula, a delação seria a única saída para o grupo não falir. Lula é réu em ação que tramita no DF sob a acusação de ter ajudado a Odebrecht a obter contratos. A defesa do ex-presidente afirma que, “se a delação não serve para provar qualquer fato, a especulação de delação é um nada”. Odebrecht e Corinthians não comentaram as declarações de Emílio.

O ESTÁDIO

A Arena Corinthians foi palco da abertura da Copa do Mundo de 2014. Sua construção foi feita pela Odebrecht com apoio financeiro do BNDES e da Prefeitura de São Paulo. O custo da obra foi de R$ 1,2 bilhões, quase 50% a mais que a estimativa inicial do projeto.