Após greve dos caminhoneiros, abastecimento de gás não foi normalizado em Petrolina

(Foto: Ilustração)

Depois de cerca de um mês do fim da greve dos caminhoneiros, o abastecimento de gás de cozinha em Petrolina (PE) ainda não foi normalizado. Em algumas distribuidoras os estoques ainda não foram completamente repostos ou estão reduzidos.

Na Vila Eulália, por exemplo, segundo o G1, uma distribuidora trabalhava, antes da greve, com aproximadamente 7 mil botijões, agora a empresa conta somente com 10% desse número, ou seja, apenas 700 botijões.

Além disso, antes da greve, a distribuidora recebia, por dia, de quatro a seis caminhões carregados com 570 botijões. Atualmente, a empresa recebe somente de um a quatro caminhões. Segundo o supervisor do local, Neuton Prado, o estoque tem acabado rápido, já que a procura pelos botijões tem sido grande.

“Depois dessa situação que foi terminada, da greve dos caminhoneiros, a busca e a procura pelo gás foi uma coisa fenomenal. Muita gente comprou. Aquele que só tinha um botijãozinho de gás, hoje tem dois, tem três”, disse ao G1.

Ainda de acordo com o supervisor, a Petrobras não dá explicações acerca do desabastecimento. “A Petrobras não dá uma posição por qual motivo reduziu o bombeamento de gás da distribuidoras. Infelizmente a gente está passando por esse processo”, declarou.

Gás de cozinha terá aumento de preço nesta quinta-feira

A vigência dos preços será aplicada a partir do dia 5 de cada mês

A Petrobras divulgou hoje (7), no Rio de Janeiro, a nova política de preços para o Gás Liquefeito de Petróleo comercializado em botijões de 13 quilos (GLP-P13), conhecido como gás de cozinha. Era o único produto da empresa para o qual ainda não havia sido definida fórmula de cálculo.

O preço nas refinarias será calculado pela média mensal das cotações do butano e do propano no mercado europeu, convertida em reais pela média diária das cotações da venda do dólar, acrescida de uma margem fixa de 5%.

A vigência dos preços será aplicada a partir do dia 5 de cada mês, com início previsto para este mês de junho, quando o reajuste será aplicado, excepcionalmente, a partir do dia 8.

De acordo com o presidente da Petrobras, Pedro Parente, a política, aprovada ontem pela diretoria executiva da estatal, segue a resolução 4/2005 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que determina a comercialização da embalagem destinada a uso doméstico a preços inferiores às demais apresentações. Parente explica que, com isso, a empresa completa o ciclo de definição de políticas para os produtos da companhia, garantindo a previsibilidade de preço.

Preço pode subir e também cair

“Em relação ao consumidor final, podemos dizer que, a exemplo do que está acontecendo com a gasolina e com o diesel, nós vamos seguir rigorosamente a referência utilizada, significando dizer que, assim como pode subir [o preço], também pode cair. A gente fala com a autoridade de quem, desde outubro, fez sete reajustes e cinco foram de redução de preço. Isso também pode ser vantajoso para a consumidor, dado que nós vamos seguir uma referência que sobe e que desce”, afirmou.

O diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras, Jorge Celestino, explica que o cálculo não terá como referência a paridade de preços internacionais e está alinhado com os parâmetros do Planejamento Estratégico 2017/2021.

“A média para este mês é de 6,7% e a gente prevê que tenha um impacto de 2,2% no botijão e R$ 1,25 na média Brasil, conforme os dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo). A composição do preço do botijão hoje é em torno de 25% de realização Petrobras, 20% de impostos e 55% é a margem de distribuição e revenda; a nossa previsão é que ele passa a ser 26% para a Petrobras, mantendo os 20% dos impostos e uma pequena queda na margem de distribuição e revenda para 54%”, disse.

Sindigás comenta decisão

Em nota, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) fez uma avaliação positiva do anúncio da Petrobras em “adequar seus preços para o gás GLP embalado em botijões de até 13 kg e de uso residencial aos praticados no mercado internacional”.

O sindicato ressalta que a nova política de preços “ainda deixa o preço praticado aproximadamente 15% abaixo ao da paridade de importação” e ressalta que “é precipitado afirmar que esse percentual médio seja aplicado de forma linear”.