Nenhum dos 12 militares nomeados por Pazuello para o Ministério da Saúde fez medicina

General Eduardo Pazuello, ministro interino da Saúde. (Foto: José Dias/PR)

O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, nomeou pelo menos 12 militares para sua equipe nos últimos dias. Nenhum deles, porém, é formado em medicina, como informa a coluna de Guilherme Amado na Época.

Foram nomeados:

– coronel Antônio Élcio, para secretário-executivo substituto;

– tenente-coronel Reginaldo Machado, para diretor do Departamento de Gestão;

– coronel Luiz Otávio Franco Duarte, para assessor especial;

– tenente-coronel Marcelo Duarte, para assessor do Departamento de Logística;

– subtenente de infantaria André Botelho, para coordenador de contabilidade;

– major Ramon Oliveira, para coordenador de Inovações de Processos;

– subtenente Giovani Cruz, para coordenador de Finanças do Fundo Nacional de Saúde;

– tenente-coronel Marcelo Pereira, para diretor de programa;

– tenente-coronel Vagner Rangel, para coordenador de execução orçamentária;

– major Angelo Martins, para diretor do Departamento de Monitoramento e Avaliação do SUS;

– tenente Mario Costa, para a Subsecretaria de Planejamento e Orçamento;

– capitão Alexandre Magno, para assessor.

Ministro da Saúde anuncia general para ser novo ‘número dois’ da pasta

O ministro da Saúde, Nelson Teich

O ministro da Saúde, Nelson Teich, anunciou nesta quarta-feira (22) a escolha do general Eduardo Pazuello como novo secretário-executivo da pasta. O cargo é o segundo mais importante na hierarquia do ministério e seu ocupante é o substituto eventual nas ausências do ministro.

Segundo o ministro Teich, Pazuello foi escolhido por suas capacidades na gestão de logística, considerada por ele uma das principais necessidades para a atual crise derivada da pandemia do novo coronavírus.

“A impressão que eu tenho é que temos que ser muito mais eficientes do que a gente é hoje. Estamos falando de logística, de compra, de distribuição e ele [o novo secretário-executivo] é muito experiente nisso”, disse. “É uma pessoa que vem nos ajudar em um momento de corrida contra o tempo”.

Pazuello substitui, portanto, João Gabbardo, nomeado para a posição durante a gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM). O general conta com as bênçãos do Palácio do Planalto para o cargo e foi escolhido após reunião com Teich na terça-feira (21).

Além de Gabbardo, outro dos principais assessores de Mandetta também deve deixar o cargo. Reportagem da CNN informa que a Secretaria de Vigilância em Saúde, hoje dirigida por Wanderson de Oliveira, será ocupada por indicação do PL, um dos partidos do chamado “centrão” que se reaproximou do governo federal.

Senadores repudiam afirmação de general do Exército sobre intervenção militar

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que esse tipo de declaração se equipara a um crime de responsabilidade

Senadores repudiaram em Plenário, nesta segunda-feira (18), a declaração do general do Exército Antônio Hamilton Martins Mourão sobre a possibilidade de intervenção militar no país, se os casos de corrupção não forem resolvidos pelo Judiciário. Para o senador José Medeiros (Pode-MT), o Brasil vive uma crise, mas não é hora de se pensar em ruptura. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que esse tipo de declaração se equipara a um crime de responsabilidade. Já o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) considerou o caso como uma “quebra de hierarquia” e afirmou que já solicitou a convocação do ministro da Defesa, Raul Jungmann, para prestar esclarecimentos na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.

Comandante do Exército reafirma compromisso com a democracia e rechaça ideia de ‘intervenção militar’

Comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas

O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, reafirmou nesta quinta-feira (22) o compromisso das Forças Armadas com a democracia e com o restrito cumprimento de sua missão constitucional. Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), Villas Bôas asseverou que não há qualquer respaldo nas Forças Armadas para teses que classificou como anacrônicas, como a de uma intervenção militar para que país venha a superar a crise política.

“Já passou da hora de exorcizar esse fantasma, é um gasto de energia com algo que não tem nenhuma pertinência”, disse o general, ressaltando que este é um entendimento unânime no comando das Forças Armadas e entre as tropas.

Villas Bôas declarou ainda que a estabilidade democrática é hoje um “mantra” nas forças armadas altamente profissionalizadas, como é o caso da brasileira. Para exemplificar o anacronismo de tentativas de tomada do poder político pelos militares, o general citou o recente caso na Turquia, em que um golpe fracassado tentou remover do poder o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

A manifestação de Villas Bôas foi apoiada por vários senadores, como Ana Amélia (PP-RS), Cristovam Buarque (PPS-DF), Lindbergh Farias (PT-RJ), José Medeiros (PSD-MT), Jorge Viana (PT-AC) e pelo presidente do CRE, Fernando Collor (PTC-AL). O militar foi aplaudido de pé ao final da audiência.