Mantega reconhece conta não declarada de US$ 600 mil no exterior

Ex-ministro Guido Mantega/Foto: Reprodução Internet

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega reconheceu nesta segunda-feira (29) ter uma conta não declarada no exterior com depósito de US$ 600 mil. Segundo a defesa do ex-ministro dos governos Lula e Dilma, a conta foi aberta antes de o petista assumir o comando do Ministério da Fazenda e o valor refere-se ao pagamento recebido pela venda de imóvel herdado do pai.

Em petição protocolada nesta segunda-feira na Justiça Federal no Paraná, a defesa do ministro abriu mão dos sigilos financeiros e fiscal e disse não querer, com o pedido, perdão ou clemência pelos erros cometidos

Réu na Operação Lava Jato, Mantega é investigado por supostamente ter solicitado pagamentos ilícitos a campanhas do PT, em 2012. O ex-ministro chegou a ser preso na 34ª fase da Lava Jato, intitulada de Arquivo X, mas foi solto no mesmo dia.

“A fim de demonstrar sua total transparência frente às investigações em curso neste juízo [a defesa] afirma que abre mão de todo e qualquer sigilo bancário, financeiro e fiscal, inclusive de conta estrangeira aberta antes de assumir o cargo de Ministro da Fazenda, na qual recebeu um único depósito no valor de US$ 600 mil como parte de pagamento pela venda de imóvel herdado de seu pai”, diz o documento.

“Aproveita, outrossim, para esclarecer que não espera perdão nem clemência pelo erro que cometeu ao não declarar valores no exterior, mas reitera que jamais solicitou, pediu ou recebeu vantagem de qualquer natureza como contrapartida ao exercício da função pública, conforme poderá inclusive confirmar o extrato da conta, documento que o peticionário se compromete a apresentar tão logo o obtenha da instituição financeira”, diz trecho da petição.

No documento, a defesa de Mantega afirma ainda que “há outras informações bancárias para fornecer” que não estão relacionadas ao período em que ele esteve a frente do Ministério da Fazenda e que serão apresentadas quando for intimado a prestar depoimento.

Pernambuco é alvo de nova fase de Operação Zelotes

policia federal pf

A investigação examina o suposto esquema de compra e venda de votos no Carf, conselho vinculado ao Ministério da Fazenda.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal iniciaram uma nova fase da Operação Zelotes nesta segunda-feira. A operação ocorre no Distrito Federal, e nos estados de São Paulo e Pernambuco. A investigação examina o suposto esquema de compra e venda de votos no Carf, conselho vinculado ao Ministério da Fazenda que julga recursos de multas de grandes contribuintes. Um dos investigados nesta etapa é o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, alvo de um mandato de condução coercitiva.

Nesta fase há pelo menos 30 mandados de condução coercitiva e o alvo da operação é a empresa Cimento Penha, acusada de pagar propina para ter multa anulada no Carf. Não há mandados de prisão. A mesma operação apura ainda o esquema de compra de medidas provisórias nos governos Lula e Dilma.

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