Pacientes com lúpus relatam falta de medicação na Farmácia Popular; SES-PE responde

Hidroxicloroquina ficou “famosa” na pandemia, mas é essencial para pacientes com lúpus (Foto: REUTERS/George Frey)

Pacientes com lúpus que residem em Petrolina estão com dificuldades para ter acesso ao medicamento disponibilizado na Farmácia Popular do Estado. Nesta quinta-feira (19), o Blog foi procurado por uma leitora, que denunciou a falta de hidroxicloroquina na unidade.

O medicamento, que ganhou notoriedade na pandemia da covid-19 e não tem eficácia comprovada contra o coronavírus, é essencial para o tratamento do lúpus. Mas, mesmo sendo importante aos pacientes com lúpus, está em falta há três meses.

Problema antigo

“Infelizmente esse desabastecimento é um problema crônico. Vive faltando e muitas pessoas da nossa Associação não tem condições de comprar“, contou a leitora.

O que diz o Estado

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco informou ao Blog que já finalizou o processo de aquisição do medicamento. Porém, a entrega está atrasada por conta do fornecedor. Mas a boa notícia é que a Farmácia Popular deve ser abastecida ainda neste mês de agosto.

Confira a seguir a resposta da SES-PE:

LEIA MAIS

Pacientes do RS morrem após nebulização de hidroxicloroquina

(Foto: REUTERS/George Frey)

Três pacientes tratados com nebulização de hidroxicloroquina morreram na cidade de Camaquã, no Rio Grande do Sul. A causa das mortes ainda está sendo investigada, portanto, não há confirmação de ligação direta ao uso do remédio e os óbitos.

A nebulização é um procedimento utilizado contra a covid-19, mesmo sem comprovação científica. As vítimas estavam internadas na UTI do Hospital Nossa Senhora Aparecida. Os óbitos foram registrados nos dias 22 e 24 de março. A direção da unidade informou que o tratamento não integra o protocolo contra o novo coronavírus.

Porém, a médica Eliane Scherer teria receitado o procedimento mesmo assim. Ela atendeu os três pacientes e agora é alvo de uma investigação aberta pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers). Ela também foi denunciada no Ministério Público.

Um quarto paciente também estaria sendo tratado com essa nebulização, mas não há informações sobre seu estado de saúde. Diretor técnico do hospital, Tiago Bonilha informou que os três mortos começaram a apresentar problemas cardíacos após o procedimento com hidroxicloroquina.

Dois dos pacientes foram à Justiça pedir o uso do tratamento uma semana antes das mortes. A médica não comentou sobre os óbitos. As informações são do Poder 360.

Sesab não recomenda uso de hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com covid-19

O uso da cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina não é recomendado na Bahia (veja aqui e aqui). O anúncio foi feito pelo secretário de Saúde da Bahia (Sesab), Fábio Vilas-Boas através de um vídeo divulgado na quarta-feira (22). A decisão é baseada em estudos os quais não identificaram a eficácia dos remédios no tratamento preventivo da covid-19.

“Não se deve tomar nenhum medicamento cujo estudo científico tenha sido publicado aprovando que é capaz de trazer qualquer tipo de benefício e sobretudo, ser seguro, não causar efeitos adversos […] Essas medicações deverão ser utilizadas apenas em ambiente controlado, dentro de ensaios clínicos”, pontua Vilas-Boas.

Os estudos clínicos foram realizados pelo Comitê Estadual de Emergência em Saúde Pública da Bahia, que ainda recomenda aos gestores o não estabelecimento de protocolos com o uso de medicações. O gasto de recursos públicos para aquisição dos remédios sem eficácia comprovada também é vetado.

Confira a seguir a decisão da Sesab

Associação defende autonomia de médicos para uso de hidroxicloroquina

A Associação Médica Brasileira (AMB) elaborou uma nota pública na qual defende a autonomia dos profissionais para receitarem a hidroxicloroquina para pacientes da Covid-19. No texto, a diretoria da entidade vê motivação política nas críticas ao fármaco e aponta risco de “legado sombrio para a medicina brasileira, caso a autonomia do médico seja restringida, como querem os que pregam a proibição da hidroxicloroquina”.

Embora reconheça não haver, por ora, “estudos seguros, robustos e definitivos sobre a questão”, a entidade de classe diz ser “importante lembrar que o uso off label (não prevista na bula) de medicamentos é consagrado na medicina, desde que haja clara concordância do paciente”.

Para a AMB, “é bastante provável que cheguemos ao final da pandemia sem evidências consistentes sobre tratamentos”. E que “muitos sairão da pandemia apequenados, principalmente médicos e entidades médicas que escolherem manipular a ciência para usá-la como arma no campo político-partidário”.

A nota da AMB é divulgada dois dias após a Sociedade Brasileira de Infectologia recomendar o abandono desse medicamento no tratamento dos pacientes de COVID-19. A hidroxicloroquina voltou a ser defendida neste fim de semana pelo presidente Jair Bolsonaro, que há duas semanas divulgou ter sido infectado pelo coronavírus.

A entidade foi ainda a responsável pela mobilização que levou à escolha de Nelson Teich como ministro da Saúde após a saída de Luiz Henrique Mandetta do cargo, em abril.

Na nota divulgada hoje, a AMB conclui: “não podemos permitir que ideologias e vaidades, de forma intempestiva, alimentadas por holofotes, nos façam regredir em práticas já tão respeitadas. Não se pode clamar por ciência e adotar posicionamentos embasados em ideologia ou partidarismo, ignorando práticas consolidadas na medicina. Isso é um crime contra a medicina, contra os pacientes e, sobretudo, contra a própria ciência”, diz o texto, assinado pela diretoria da entidade.

URGENTE: Bolsonaro testa positivo para covid-19

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou há pouco que testou positivo para covid-19. Ele concede entrevista coletiva no Palácio da Alvorada, em Brasília (DF). Ele havia apresentado sintomas gripais na segunda-feira (6) e por precaução foi aconselhado a cancelar sua agenda de compromissos.

O resultado do exame saiu há uma hora. “Ele acabou de dar positivo. Como que isso tudo aconteceu? Começou domingo, com uma certa indisposição e se agravou ao longo do dia da de segunda-feira. Cansaço, febre e dor muscular. Resolvei então, com esses sintomas, o médico da presidência apontando para contaminação da covid-19 fomos fazer uma tomografia“, disse.

Medicação

Aos jornalistas ele afirmou ter tomado duas doses de hidroxicloroquina: a primeira na segunda-feira e outra hoje (7), conforme indicado pelo seu médico. Apesar da contaminação, Bolsonaro voltou a afirmar que a pandemia está sendo “superdimensionada” e que fatalidades aconteceriam. “No meu entender houve um superdimensionamento [da pandemia], sabemos da fatalidade do vírus para aqueles que têm uma certa idade“, afirmou.

Secretária de Saúde de Juazeiro descarta uso da hidroxicloroquina em tratamento inicial de pacientes com covid-19

Ineficácia do medicamento pesa na decisão (Foto: Reuters)

A Secretária de Saúde de Juazeiro (BA), Fabíola Ribeiro, afirmou hoje (6) que a SESAU está finalizando o programa de tratamento da covid-19, para orientar os profissionais de saúde da rede municipal. E a hidroxicloroquina não estará inclusa no tratamento considerado “precoce” dos infectados.

LEIA TAMBÉM

Paulo Bomfim anuncia mais 30 leitos para UPA de Juazeiro e reafirma que momento é de pensar nas vidas

“Certamente a gente vai estar iniciando um tratamento precoce. O nosso tratamento precoce não vai estar incluindo a hidroxicloroquina, porque nos estudos mais atuais a utilização dela na fase precoce não tem uma evidência robusta“, disse a secretária.

LEIA MAIS

Secretaria da Saúde de Dormentes adota cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com Covid-19

(Foto: Ascom/PMD)

A Prefeitura de Dormentes (PE) anunciou nesta sexta-feira (22) que, resolveu adotar a orientação do Ministério da Saúde e vai adotar o uso da Cloroquina e Hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com a Covid-19.

Seguindo as instruções do documento intitulado “Orientações do Ministério da Saúde para tratamento medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da Covid-19”, lançado pelo Ministério da Saúde no dia 20 de maio de 2020, e considerando que o Conselho Federal de Medicina autorizou recentemente a prescrição médica da Cloroquina e da Hidroxicloroquina, em condições excepcionais para o tratamento da COVID-19 (PROCESSO-CONSULTA CFM nº 8/2020 – PARECER CFM Nº 4/2020). Será ofertado aos pacientes positivos, com sintomas leves, de forma gratuita, medicações como: Sulfato de Hidroxicloroquina, Azitromicina,  Ivermectina e Paracetamol ou Dipirona, em casos de febre ou dor.

Os medicamentos serão adotados após minuciosa análise médica e expressa autorização do paciente, que receberá toda a orientação necessária sobre os efeitos colaterais e a ausência de evidências sólidas de que o tratamento possa ter efeito de cura da Covid-19. Pensando na segurança do paciente e da população, o acompanhamento médico será realizado em domicílio para evitar o contato com outros pacientes.