Maria Elena critica preconceito dos vereadores em relação a homossexuais: “Nós não podemos tratar absurdamente a escolha sexual das pessoas”

Vereadora criticou intolerância da bancada religiosa (Foto: Blog Waldiney Passos)

Enquanto o vereador Ruy Wanderley (PSC) utilizava a Tribuna Livra da Casa Plínio Amorim para apoiar seu candidato à Presidência da República, Maria Elena (PRTB) fez uma intervenção na fala do colega de bancada para se manifestar contrária ao preconceito dos membros da Câmara contra os homossexuais.

Ruy defendia o plano do governo de Jair Bolsonaro (PSL), líder na intenção de votos e candidato apoiado por muitos evangélicos, quando Elena pediu a palavra e defendeu os LGBTs. Para a ex-secretária de Cultura, Turismo e Esportes (SECULTE) da cidade, os vereadores não podem incentivar a intolerância.

“Nós não podemos alimentar [o preconceito], quantas pessoas são amigas nossas e que são gays? Quando a gente diz que é para assemelhar à imagem de Cristo, não tem nada cientificamente comprovado que mostre a figura dele. Nós não podemos tratar absurdamente a escolha sexual das pessoas”, comentou Maria Elena.

O posicionamento de Elena veio quando foi mencionado o “kit gay” e o suposto incentivo a tornar as crianças homossexuais. Para a vereadora, é necessário ter respeito com as pessoas. “Eu não contribuo com esse debate criminalizando o homossexual. [Se eu fosse] eu exigiria o respeito, eu sou hétero mas se eu fosse lésbica eu queria respeito”, disparou a edil.

STF vota nesta quarta fim da proibição de doação de sangue por homossexuais

(Foto: Internet)

Os hemocentros no Brasil sofrem com a falta de doadores. Pacientes nos hospitais e vítimas de acidentes que precisam de transfusão de sangue enfrentam o risco de estoques muitas vezes desabastecidos. Estimular a solidariedade de um ato que não custa a quem doa é feito todos os anos pelo Ministério da Saúde. As regras para doação de sangue no Brasil, no entanto, esbarram em limitações – que passam agora a ser questionadas na Justiça. Nesta quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal retoma a votação de uma ação direta de inconstitucionalidade, a Adin 5543, que pede o fim da proibição de doação por homossexuais.

Por uma determinação da Agência de Vigilância Sanitária, a Anvisa, e do Ministério da Saúde, homens homossexuais só podem doar sangue se ficarem 12 meses sem relações sexuais com outros homens. A primeira restrição do gênero no Brasil surgiu em 93 quando a transmissão do vírus da aids era equivocadamente associada aos homossexuais.

Pelas normas federais, cidadãos gays com vida sexual ativa integram um grupo de risco na transmissão do vírus HIV e de doenças sexualmente transmissíveis, como as hepatites B e C. Diante disso, o Partido Socialista Brasileiro entrou com a ação questionando a constitucionalidade dessa restrição. O entendimento é que há uma discriminação no tratamento dos doadores diante de sua orientação sexual.

Advogado da causa, Rafael de Alencar Carneiro acredita que o ranço discriminatório é um dos obstáculos que permeiam a igualdade de direitos, inclusive quando se trata de um ato altruísta, como o de ajudar um desconhecido.

“O que motiva essa ação é combater um tratamento claramente discriminatório, preconceituoso, em relação aos homossexuais. Cabe ao poder público evitar estigmatizações, discriminações. E, no caso, é o próprio poder público quem provoca este tipo de tratamento”

O ministro Edson Fachin foi o único dos 11 integrantes da corte a votar. Ele é favorável à ação e à igualdade de direitos para doares, independente de gênero e orientação sexual. Para o ministro, “orientação sexual não contamina ninguém. O preconceito, sim”

O estabelecimento de grupos, e não de condutas de riscos, incorrem, em meu ver, em discriminação, pois lança mão de uma interpretação consequencialista desmedida apenas em razão da orientação sexual

A retomada do julgamento no Supremo Tribunal Federal sobre as normas que restringem a doação de sangue por homens homossexuais está marcada para esta quarta-feira, a partir das 2 horas da tarde.

PCC tem estatuto com artigo que proíbe estupradores, homossexuais e pedófilos

Com 18 artigos e escrito a mão em um caderno, o estatuto da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), apreendido na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), em Roraima, é direto: “somos integrantes de uma organização criminosa”, diz trecho. O documento da facção, que proíbe a participação de estupradores, homossexuais e pedófilos, diz ainda que o descumprimento das normas do mesmo é punível com pena de morte, denominada por eles de “xeque-mate”.

Os escritos constam de denúncia que o Ministério Público de Roraima apresentou à Justiça em novembro de 2014. Naquele ano, a Promotoria já alertava para o ‘Tribunal do Crime’ instalado pelo PCC no sistema prisional do estado, inclusive na Monte Cristo – em que, na madrugada de sexta-feira, 6, 31 prisioneiros foram massacrados.

Durante a investigação, o Ministério Público de Roraima identificou grampos que tratavam de julgamento e punição dos membros do PCC por descumprimento do estatuto. O artigo I é claro. “Todos os integrantes devem lealdade e respeito ao PCC.”

A regra seguinte aponta para a luta por ‘paz, justiça, liberdade igualdade e união, visando crescimento da nossa organização, respeitando sempre a ética do crime’. Em seu artigo VI, o estatuto do PCC apreendido na Monte Cristo afirma não admitir como integrantes ‘estrupadores (sic), homosexualismo (sic), pedofilia, caguetagem, mentiras, covardia, opressão, chantagens, estorções (sic), inveja, calúnia e outros atos que ferem a ética do crime’.

Desde que foi deflagrada, a cisão entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) as mortes de presos em Roraima aumentaram assustadoramente. Pelos cálculos oficiais, o PCC já matou mais de 44 presos na Penitenciária Agrícola de Roraima nos últimos três meses. As primeiras mortes aconteceram no dia 16 de outubro de 2016, quando 10 presos pertencentes à facção CV, foram decapitados e carbonizados.

Confira, a seguir, trechos dos artigos manuscritos pelo PCC em Roraima (na íntegra):

“Artigo 1

Todos os integrantes devem lealdade e respeito ao PCC.”

“Artigo II

Lutar sempre pela paz, justiça, liberdade, igualdade e união, visando crescimento da nossa organização, respeitando sempre a ética do crime.”

“Artigo II

Todos integrantes do comando têm direito de expressar sua opinião e tem o dever de respeitar a opinião de todos sendo que dentro da organização existe uma hierarquia e disciplina a ser seguida e respeitada aquele integrante que tentar causar divisão dentro do comando desrespeitando esses critério será excluído e decretado.”

“Artigo IV

Deixamos claro que não somos sócios de um clube e sim integrantes de uma organização criminosa que luta contra a opressão e injustiça que surge no dia a dia e tenta não afeta sendo assim o comando não admite acomodações e fraqueza diante da nossa causa.”

“Artigo VI

O comando não admite entre seus integrantes estrupadores, homosexualismo, pedofilia, caguetagem, mentiras, covardia, opressão, chantagens, estorções, inveja, calunia e outros atos que ferem a ética do crime.”

“Artigo XII

O comando não tem limites territoriais todos os integrantes que forem batizado são componentes do PCC independente da cidade, estado ou País. Todos devem seguir nossa disciplina, hierarquia e estatuto.”

“Artigo XIII

O comando não tem coligação com nenhuma facção, vivemos em armonia com facção de outros estados. Quando algum integrante de outra facção chegar em alguma cadeia nossa o mesmo será tratado cm respeito e terá o apoio necessário porém queremos o mesmo tratamento quando um integrante do comando chega preso em outro estado em cadeias de outras facções.”

“Artigo XVII

O integrante que vinher a sair da organização e fazer parte de outra facção ou cagueta alguém relacionado ao comando será decretado e aquele que vinher mexer com a nossa família terá a sua família exterminada o comando nunca mexeu com a família de ninguém e nem aceito isso, mais os traidores, caguetas não terão paz. Ninguém é obrigado a permanecer no comando mais o comando não será traído por ninguém.”

Ceará destina unidade prisional a presos gays, bissexuais e travestis

(Foto: Internet/Ilustração)

O presídio tem capacidade para atender 200 internos. (Foto: Internet/Ilustração)

Com o objetivo de evitar casos de violência e preconceito, o sistema carcerário cearense implementou, há cerca de um mês, uma unidade prisional voltada exclusivamente para a população carcerária GBT (gays, bissexuais, travestis). Os presos cumprem pena em um local exclusivo, com instalações reformadas para atender condenados de baixa periculosidade.

Atualmente, cerca de 150 detentos estão na Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes, antigo o Presídio Militar, localizada no Complexo Penitenciário de Aquiraz. O presídio tem capacidade para atender 200 internos.

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Papa Francisco diz que Igreja deve pedir desculpas aos homossexuais

Um participante perguntou ao papa como se devia acolher os imigrantes, ao que Francisco respondeu que devia ser “com gestos de carinho e abertura”, sublinhando três palavras-chave: “ternura, compaixão e amizade”/Foto:Alessandro di Meo

O papa afirmou que a Igreja também deve pedir desculpas aos pobres, às mulheres e às crianças exploradas no trabalho./ Foto: internet

O papa Francisco disse no último domingo (26) que a Igreja deve pedir desculpas aos homossexuais pela forma com que foram tratados todos estes anos.

Em conversa com jornalistas a bordo do avião papal, quando voltava de uma visita de três dias à Armênia, Francisco voltou a dizer que se a pessoa “tem boa vontade e que busca Deus, quem somos nós para julgá-la?”.

“Os cristãos devem pedir perdão por ter acompanhado tantas decisões equivocadas”, disse, quando foi questionado se está de acordo com o cardeal Reinhard Marx, que declarou que a Igreja Católica deve pedir desculpas à comunidade gay por tê-la marginalizado.

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Enem: travestis e homossexuais já podem solicitar uso de nome social

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O travesti ou homossexual participante do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que quiser ser identificado pelo nome social no dia das provas deve fazer a solicitação pela internet a partir de hoje (1º). O prazo vai até o dia 8. No dia do exame, as pessoas trans deverão ser tratadas pelo nome com o qual se identificam e não pelo que consta no documento de identidade.

O uso do nome social deve ser solicitado exclusivamente na Página do Participante do Enem. O candidato deve enviar formulário específico pelo sistema, acompanhado de foto e documento de identificação.