Após postar foto sem roupa, Pernambucana sofre ameaças nas redes sociais

O caso da estudante pode ganhar uma investigação no âmbito nacional pelo Ministério Público Federal (MPF). (Foto: Facebook)

Após postar uma foto sem roupa, a recifense Daniela Martins passou a ser vítima de ameaças e injúrias raciais nas redes sociais. A jovem postou a foto para tratar da aceitação do próprio corpo, de forma a abolir o padrão feminino imposto pela sociedade. A postagem já foi compartilhada por 17.025 usuários.

Daniela já tinha vários seguidores devido a sua maneira de buscar incentivar outras mulheres a enxergar beleza independentemente do peso, por meio de fotografias e palavras afetivas. Contudo, ao postar a foto sem roupa, começaram as agressões verbais, os xingamentos e as ameaças físicas.

De acordo com a jovem, a ação dessas pessoas já era esperada por ela. “O problema começou quando um menino me criticou pela foto e eu discuti com ele. Depois, a minha publicação chegou num grupo em que as pessoas me agrediram verbalmente e me ameaçaram”, conta a estudante.

A jovem demonstra força para encarar a situação da maneira mais sensata possível. “Sei quem eu sou e entendo o meu papel dentro da minha casa, na minha família e entre as pessoas com quem convivo, de mostrar que a mulher tem seu valor e que pode ser o que quiser. Ainda existem muitas que precisam se sentir empoderadas”, conta.

Ministério Público Federal

O caso da estudante pode ganhar uma investigação no âmbito nacional pelo Ministério Público Federal (MPF). Isso porque o promotor de Cidadania do Recife, Maxwell Vignoli, acredita que as pessoas que lançaram as agressões fazem parte de um grupo que atua em todo o Brasil. Para ele, a situação beira ao neonazismo. O promotor já pediu a entrada do MPF no caso.

“Ela me procurou ontem. Não é só uma injúria comum. Percebo também injúria racial e ameaças que ultrapassam a esfera virtual e adentra a violência física. É notável que essas pessoas têm um perfil um pouco neonazista. Eles tem um grupo fechado e uma das integrantes possui um nome fake que remete ao médico nazista Josef Mengele”, pontua o promotor.

Com informações do G1