Perito levanta questionamentos sobre caso Beatriz; “por que tão pouco foi realizado?”

“A polícia Civil de Pernambuco não deve arquivar, esquecer, considerar mais um crime insolúvel”, diz o especialista.

O perito George Sanguinetti voltou a se manifestar em suas redes sociais sobre o caso Beatriz. Em um longo texto, denominado “Vence a impunidade. Recordando e lamentando o bárbaro homicídio de Beatriz”, o especialista levanta questionamentos sobre as características do homicídio e o curso das investigações policiais.

Sanguinetti, que é conhecido por participar de casos famosos como de PC Farias e da menina Isabella Nardoni, pede que “pessoas reconhecidamente competentes tenham acesso às provas técnicas” e aos autos. Segundo o perito, esse é um crime que não deve ser arquivado ou esquecido, já que um “bárbaro assassino de uma criança, autor de um crime hediondo, continua nas ruas”.

Alguns internautas comentaram a publicação do especialista e lamentaram o fato do caso ainda não ter sido esclarecido. “Inadmissível não ter sido esclarecido”, diz um dos comentários. “Nem a pessoa que apagou as imagens das câmeras foi indiciada”, diz outra pessoa.

Confira o texto completo do legista

Vence a impunidade. Recordando e lamentando o bárbaro homicídio de Beatriz.

Diante da minha mesa de trabalho, fotografias do cadáver de uma menina, apresentando 42 ferimentos pérfurocortantes (por faca), quer nas partes expostas do corpo, como braços e pernas, quer nas partes envolvidas pela roupa que trajava, no tórax e abdome. Logo após a descoberta do corpo, pessoas que acessaram ao local antes da Polícia, tiraram as fotos de celular e mais de uma dezena, chegaram as minhas mãos.

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Caso Beatriz: Legista George Sanguinetti faz publicação e pede acesso a laudos técnicos de investigação

(Foto: Arquivo)

O médico legista George Sanguinetti, que possui uma trajetória profissional atrelada à participação em casos de repercussão nacional, voltou a se pronunciar, no seu Facebook, sobre o crime que ceifou a vida da menina Beatriz Mota em Petrolina (PE). A garota foi assassinada dentro do Colégio Maria Auxiliadora em dezembro de 2015 e até agora o suspeito não foi identificado.

De acordo com George, “as investigações levou mais a contratempos que a respostas”. Para o legista, sua vinda para a cidade poderia contribuir para a solução do crime. “Com acesso a parte técnica, chego a Petrolina e certamente vou buscar o que não foi encontrado”.

Confira a íntegra do texto

“Réquiem por Beatriz. Hum ano e sete meses de impunidade.

Com muito respeito e expectativa quanto ao esclarecimento, do motivo e dos autores, deste crime hediondo, ainda carente de uma linha objetiva de investigação, volto a procurar respostas de quem tem obrigação de dar, exatamente a Polícia Civil de Petrolina e a Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco(Defesa Social.) .

A Polícia de Petrolina através de repetidos Delegados, todos bem intencionados, mas que não lograram êxitos. Suas investigações, se assim podemos chamar, levou a mais contratempos que a respostas. E ao Gestor da Polícia Civil de Pernambuco, em Recife, há alguns meses, festivamente declarou que esclareceu o caso, que sabia quem foi o assassino; mostrou uma imagem de vídeo, de um personagem frente ao Colégio, que seria responsável pela morte da menor. Puro e lamentável achismo, sem nexo de causalidade, sem fundamentação técnica.

Mais uma vez, solicito publicamente acesso aos laudos, a parte técnica. A minha experiência,poderia contribuir para o esclarecimento.Do modo que vai, mais um crime insolúvel, mais impunidade. Com acesso a parte técnica, chego a Petrolina e certamente vou buscar o que não foi encontrado. Se sabia o que procurar? Havia desejo de encontrar?”