Caso Beatriz: para perito tese de que a menina possa ter sido morta em um ritual de magia negra é carta praticamente fora do baralho

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George Sanguinetti, um dos peritos criminais mais famosos do País, que participou das perícias nas mortes de PC Farias, ex-tesoureiro de campanha do então candidato a presidente Fernando Collor de Melo, em 1996, em Maceió (AL), e da menina Isabella Nardoni, em 2008, em São Paulo, falou mais uma vez sobre as investigações do assassinato de Beatriz Mota, ocorrido no dia de 10 de dezembro de 2015, em Petrolina,

Em entrevista ao Jornal do Commercio o perito – que também é professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), afirmou que o caso Beatriz lhe tira o sono. “É um crime complexo e que só vai ser solucionado com um trabalho eficiente da perícia técnica”, afirma, acrescentando que confia na competência da polícia de Pernambuco.

O professor teve acesso a 12 fotos da cena do crime, o depósito de materiais esportivos do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, e se mostrou intrigado com o que viu. “Havia manchas de sangue compatíveis com pegadas. Não se sabe se eram de sapatos, sandálias, que tipo de material ou o tamanho do pé”. Ainda de acordo com Sanguinetti, a mão direita de Beatriz apresentava um ângulo de noventa graus com relação ao antebraço. Ele questiona se foi resultado de pancadas ou da disposição do corpo após o homicídio.

Para o perito, a tese de que Beatriz possa ter sido morta em um ritual de magia negra é carta praticamente fora do baralho. “Nesse tipo de crime há uma preocupação dos assassinos em recolher o sangue da vítima, então o corte é realizado na região da artéria carótida”, diz. Beatriz apresentava ferimentos localizados, em sua maioria, na região do abdômen.

O professor da UFAL não crê na tese de que várias pessoas teriam se juntado para premeditar o assassinato. Também discorda da eficácia de medidas como a divulgação do retrato falado do suspeito. “As pessoas se parecem umas com as outras”, alega. Ainda sem receber respostas das autoridades pernambucanas, Sanguinetti segue acompanhando o caso à distância.