Detectadas manchas de óleo em nove praias de cinco estados do NE

Vista geral de um derramamento de óleo na praia de Peroba em Maragogi (AL). (Foto: REUTERS / Diego Nigro)

Novas manchas de óleo surgiram em nove praias de cinco estados da Região Nordeste, segundo informações do Grupo de Avaliação e Acompanhamento (GAA), formado por Marinha, Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Manchas de óleo cru começaram a aparecer nas praias do litoral nordestino no final de agosto e atingiram mais de 200 localidades em todos os estados da região. Desde então, foram recolhidas mais de mil toneladas do produto, numa extensão de 2,5 mil quilômetros.

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Total de óleo recolhido nas praias de Pernambuco chega a 257 toneladas

O Governo do Estado anunciou o reforço nas ações de coordenação e cooperação com os municípios atingidos pelas manchas de óleo.

Em mais uma ação articulada, equipes do Governo do Estado estiveram, durante todo o dia de hoje (21), coordenando o trabalho de contenção, coleta e remoção das manchas de óleo registradas nas praias de Itapuama, Pedra do Xaréu, Gaibú e Paiva, todas no município do Cabo de Santo Agostinho, além da praia de Sirinhaém. Nas últimas 24 horas, foram recolhidas 186 toneladas de resíduos de petróleo, elevando o total acumulado desde a semana passada para 257 toneladas.

Os municípios de São José da Coroa Grande, Barreiros, Tamandaré, Rio Formoso, Sirinhaém, Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho registraram o aparecimento de manchas de óleo em suas praias. Todo o material recolhido está sendo acondicionado em caixas estacionárias, distribuídas nos municípios atingidos. Duas empresas de gerenciamento de resíduos perigosos estão em operação de coleta e transporte do produto, que são encaminhados ao Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) Pernambuco, localizado na cidade de Igarassu.

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Paulo Câmara cria Sala de Situação para monitorar derramamento de óleo em Pernambuco

Pernambuco tenta evitar que manchas cheguem às praias.

O governador Paulo Câmara institui, a partir desta sexta-feira (18), uma Sala de Situação no Palácio do Campo das Princesas, no Recife, para monitorar as manchas de óleo que chegaram ao litoral pernambucano.

As manchas foram localizadas nessa quinta-feira (17) após vistorias realizadas pela manhã e à tarde no Litoral Sul do Estado por técnicos do Governo, utilizando helicópteros e embarcações. Ao todo, foram mobilizadas 70 pessoas e coletados 1,2 mil litros de óleo em alto mar, além de confirmar a presença de uma mancha de aproximadamente um metro de diâmetro na foz do Rio Una, no município de São José da Coroa Grande.

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Manchas de óleo avançam e atingem 112 pontos em 8 Estados do Nordeste

A substância oleosa e escura encontrada em algumas praias do Nordeste não para de se espalhar. Já são 112 pontos em 53 municípios em 8 Estados atingidos, e os órgãos ambientais e de proteção da zona marítima continuam mobilizados para saber qual a origem desse vazamento.

O mapa com localidades afetadas no Nordeste, divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente, mostra que boa parte da extensão à beira mar entre Maranhão e Sergipe está contaminada. Dos nove Estados nordestinos, apenas a Bahia não registra a presença do óleo.

O material atinge diretamente o ecossistema das praias, prejudicando principalmente a fauna marinha. Segundo o mais recente balanço divulgado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), dez animais foram atingidos – nove tartarugas marinhas e uma ave -, dos quais seis tartarugas e uma ave morreram. Os animais foram encontrados no Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco.

As manchas começaram a ser percebidas no dia 2 de setembro e, desde então, o Ibama vem estabelecendo uma série de ações, entre elas a investigação quanto à composição da substância. O resultado conclusivo das amostras, solicitado pelo Instituto e pela Capitania dos Portos, e cuja análise foi feita pela Marinha e pela Petrobras, apontou que se trata de petróleo cru.

Ainda não foi detectada a origem e o responsável pelo vazamento do petróleo, mas uma das hipóteses levantadas pelos órgãos de proteção ambiental é que alguma embarcação tenha despejado a substância em alto mar.

Por ser uma substância tóxica, a recomendação do Ibama e das Superintendências Estaduais de Meio Ambiente é de que as pessoas evitem o banho de mar, a prática de esportes náuticos e também a pesca, bem como evitar o consumo de frutos do mar desses locais.