Marchantes acompanham obras no Matadouro Municipal de Petrolina

(Foto: Ascom/PMP)

Um grupo de marchantes de Petrolina visitou as obras de revitalização do Matadouro Municipal, nessa quarta-feira (9). A visita técnica foi acompanhada pelo diretor de Feiras e Matadouro, Tony César e os visitantes puderam ver de perto o andamento do serviço.

De acordo com a Prefeitura de Petrolina estão sendo investido R$ 1,9 milhão do município e do Governo Federal, na recuperação da estrutura do prédio, pintura, manutenção na rede elétrica e aquisição de novos maquinários. A obra deve ser concluída no segundo semestre desse ano.

O representante dos marchantes, Marciel Simão falou sobre a ansiedade do grupo. “Estou muito feliz, o prefeito de Petrolina Miguel Coelho e o secretário José Batista, estão de parabéns pelo trabalho que estão realizando aqui no Matadouro, pois a obra está avançando em 100%“, disse.

“Quando esse equipamento foi fechado há mais de 2 anos, a população e todos os marchantes da nossa cidade foram prejudicados. Portanto, é compromisso da gestão municipal trabalhar com transparência, com diálogo, mostrando todas as instalações e serviços que seguem dentro do cronograma pré-estabelecido pela nossa administração“, relembrou Tony César.

Retrospectiva 2016: Fechamento do Matadouro Municipal de Petrolina e suas consequências

Matadouro Petrolina

Fechamento sob promessas de melhorias

Está marcado para amanhã dia 02/02/2016 o fechamento oficial do matadouro municipal de Petrolina com isso os abates passarão a ser realizados na vizinha cidade de Juazeiro (BA). Durante as reuniões do Poder Público Municipal com os marchantes, houve um termo de compromisso no sentido de ajudá-los em parte dos custos, mas que não existe uma data para isso, que seria construído novo abatedouro de ovinos e caprinos, mas sem prazo certo, todavia, até o momento não cumpriu nenhuma das promessas.

Abate clandestino, questão de saúde pública

 Ademais, a população petrolinense está apavorada com a possibilidade do abate clandestino o que certamente colocaria em risco a saúde dos consumidores, vez que chegaram a nossa redação inúmeras reclamações dos leitores, no sentido de que já estão sendo comercializadas nas feiras livres carnes resultantes de abates irregulares, sem nenhuma condição de higiene.

Caracterizando desse modo uma contradição o Poder Público fechar o matadouro alegando questões como saúde pública e higiene, quando o seu fechamento pode acarretar a proliferação de abates clandestinos de animais para consumo humano, permanecendo inerte diante todas essas situações.

Desemprego e Reclamações trabalhistas em massa

Mais de 300 feirantes sobrevivem da comercialização da carne nas feiras livres, tirando o seu sustento e de sua família. Fora isso, são 103 (cento e três) pessoas empregadas no Matadouro Municipal, sendo que 54 (cinquenta e quatro) são pagas diretamente pelo matadouro e o restante pela prefeitura, fechando de pronto o matadouro geraria uma enorme despesa aos cofres públicos, já que é da responsabilidade do Município o pagamento das verbas rescisórias dos funcionários contratados.

Abates em Juazeiro e o aumento certo dos preço das carnes

Os custos para abate na cidade de Juazeiro são muito superiores aos praticados em Petrolina, além do custo adicional do transporte entre as duas cidades, que será repassado ao próprio abatedouro.

Esses custos vão refletir no valor da comercialização dos produtos de origem animal que forem abatidos na cidade de Juazeiro, elevando o seu custo, gerando um desequilíbrio entre os preços praticados pelos supermercados e os produtos comercializados nas feiras livres.

Ausência de vistorias no local

É inaceitável o fechamento do matadouro sem que novas vistorias sejam realizadas para atestar as condições atuais do estabelecimento. Pois mesmo funcionando em situações “precárias” jamais fora noticiado nenhuma doença ocasionada pelo consumo de carne abatida nas dependências do matadouro municipal de Petrolina.

Vara da Fazenda Pública indefere pedido de fechamento do matadouro

Foi negado o pedido judicial para permitir o funcionamento do estabelecimento, MATADOURO MUNICIPAL, dentro de um prazo razoável de no mínimo 6(seis) meses ou outro fixado pelo judiciário,o qual determinasse que o Poder Público cumprisse com o acordado nas reuniões com o Ministério Público, a saber, colocar a disposição dos feirantes linha de crédito via banco do empreendedor para aquisição dos balcões frigoríficos e construção dos boxes, fornecer toda logística para que as feiras recebam a carne refrigerada do outro abatedouro (inspeção dos entrepostos, orientar os usuários como funcionarão estes equipamentos etc.), discutir preços dos abates com os marchantes e subsidiar financeiramente para equilibrar os preços, bem como isentar as taxas dos feirantes, tudo formalizado nos termos da legislação aplicável ao caso, de modo a viabilizar a comercialização adequada da carne abatida.

Dessa decisão ainda cabe recurso, o que já esta sendo providenciado pela advogada Dra Caroline Tosaka.

Marchantes pedem que prefeitura construa novo Matadouro antes de fechamento do atual

Matadouro Petrolina

Enquanto a prefeitura não se pronuncia e faz mistérios sobre o que será feito na área do Matadouro Público Municipal (MPM), os marchantes se mobilizam e pedem pelo não fechamento do entreposto comercial que realiza abates diários com a fiscalização de técnicos veterinários do município. No local, são realizados por mês mais de um mil abates de bovinos, 5 mil de caprinos e ovinos e 300 de suínos.

Na manhã da terça-feira (15) a reportagem do blog foi ver de perto o retrato do matadouro e ouviu trabalhadores marchantes. Eles não concordam com a ideia da prefeitura e acreditam que para recuperar as condições estruturais do MPM cabe ao município investir R$ 200 mil reais, “e isso não é muito dinheiro para prefeitura não, o prefeito Julio tem R$ 9 milhões para fazer a festa do São João e a economia da cidade está boa, e o que é R$ 200 mil para reformar o matadouro?”, questionou o marchante Ítalo da Silva.

Na segunda-feira (14) representantes dos marchantes concederam entrevista ao programa Ponte das cidades, da rádio Ponte FM em Petrolina, na oportunidade o presidente da Associação de Feirantes da Areia Branca, Eliezer Lopes de Barros, disse que em uma reunião entre a categoria e o prefeito Julio Lossio (PMDB), o gestor demonstrou interesse em vender o bem público, mas prometeu construir um novo com o dinheiro adquirido,

“Quem é que vai confiar nisso? Primeiramente prefeito, o senhor tem que construir, para depois vender, seu mandato já está no final, não dá mais tempo do senhor construir mais nada, providencie primeiramente uma área para construir um novo abatedouro! Mas antes a gente não pode aceitar essa proposta que ele [o prefeito] tá tendo juntamente com o Ministério Público”, disse.

Ainda de acordo com os marchantes Julio Lossio (PMDB) sugeriu em reunião, contribuir com um subsídio sobre as carnes que serão abatidas em Juazeiro (BA), na prática a prefeitura se propõe em pagar a diferença do valor do abate que em Petrolina é de R$ 9, e em Juazeiro custa R$ 25 reais, “mas, este valor vai ultrapassar o limite do que o município gasta por mês para manter o matadouro, R$ 120 mil reais por mês”, afirmou o marchante Ítalo da Silva.

Por mês, 5 mil bodes são abatidos no matadouro público, nas contas dos marchantes se o serviço for feito em Juazeiro custará aos cofres públicos o valor de R$ 96 mil por mês em subsídios e mais R$ 120 mil reais mensal no valor de R$ 120 mil reais. Isso sem colocar nas contas o subsídio de suínos e ovinos.

Uma nova reunião entre a categoria e o Ministério Público está marcada para acontecer no dia 2 de fevereiro de 2016, data prevista para o fechamento do Matadouro Municipal de Petrolina.