Violência de gênero é tema de cine-debate em Petrolina

Em alusão ao Dia Internacional da Mulher, especialistas vão debater o caso da vereadora Marielle Franco e práticas culturais relacionadas à violência de gênero.

Será realizado neste sábado (24), às 16h, no auditório da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), de Petrolina (PE), o Cine-debate “Violência de gênero e machismo atual”. O objetivo é discutir as práticas culturais relacionadas ao tema. Em especial, o caso da vereadora carioca Marielle Franco, vítima de execução por seu trabalho em prol dos direitos humanos.

O evento será mediado por especialistas no tema, como Samella Vieira, professora do curso de Psicologia da Univasf, Ana Paula Silva dos Santos, educadora social da Pastoral da Mulher, e Hannah Lima do Movimento Feminista Classista Ana Montenegro.  A entrada custa um quilo de alimento não-perecível que será doado a uma instituição de caridade.

Os dados da violência contra a mulher na região impressionam. Segundo a Ronda Maria da Penha (RMP), só em Juazeiro (BA), nos anos de 2016 e 2017, foram cerca de 60 mil agressões. Ainda de acordo com a RMP, os motivos mais comuns para as agressões são fim do relacionamento, consumo de drogas ou álcool e ciúmes da companheira.

Um dos maiores gargalos para que as mulheres sigam desprotegidas é a falta de denúncia. As que denunciam são protegidas pela Ronda Maria da Penha através das medidas protetivas e em Juazeiro, dados da Vara da Paz pela Família apontam que mais de 90% das solicitações de medidas protetivas são autorizadas pela justiça.

Desembargadora que fez posts contra a vereadora do PSOL assassinada no Rio será investigada pelo CNJ

(Foto: Internet)

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) informou nesta terça-feira (20) que abriu procedimento para investigar uma publicação feita pela desembargadora Marília de Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), na qual a magistrada acusa a vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) de estar “engajada com bandido” e envolvida com a organização criminosa Comando Vermelho.

Marielle foi executada na semana passada, com quatro tiros na cabeça, no centro do Rio.

“Diante das recentes notícias veiculadas em meios de comunicação sobre manifestações públicas da desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), Marília Castro Neves, a respeito da vereadora carioca assassinada, Marielle Franco, o corregedor Nacional de Justiça, ministro João Otávio de Noronha, determinou a abertura de procedimento para averiguar os fatos”, informa nota publicada pelo CNJ em seu site oficial.

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Carro suspeito de ter sido usado no assassinato de vereadora é localizado em MG

(Foto: Reprodução/TV Globo)

A Polícia Civil de Minas Gerais informou ter localizado na cidade de Ubá, região da Zona da Mata, um carro suspeito de ter sido usado nos assassinatos da veredora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes na última quarta-feira (14) no Rio de Janeiro. O veículo tem características semelhantes – como cor e modelo – ao que foi usado no crime.

Policiais do Rio de Janeiro foram informados da apreensão e uma equipe foi deslocada para o município mineiro neste domingo (18). De acordo com a polícia de Minas, o veículo ainda será periciado e não é possível confirmar se realmente é o carro que participou da emboscada.

Crime
Na última quarta, a vereadora Marielle Franco foi morta com quatro tiros na cabeça, quando ia para casa no bairro da Tijuca, zona norte do Rio, retornando de um evento ligado ao movimento negro, na Lapa. A parlamentar viajava no banco de trás do carro, quando criminosos emparelharam um veículo com o carro da vítima e dispararam nove vezes. O motorista do veículo, Anderson Gomes, também morreu. Uma assessora que também estava no carro sobreviveu.

A Polícia Civil do Rio já tem imagens do momento em que Marielle saía do encontro. Elas mostram que o carro onde estava a vereadora foi seguido por outros dois automóveis. Até agora as primeiras informações sobre as investigações apontam para crime premeditado.

Disque Denúncia
O Portal dos Procurados do Disque Denúncia divulgou um cartaz para receber informações que possam ajudar nas investigações da Polícia Civil, que tem à frente à Delegacia de Homicídios da Capital (DH). Quem tiver qualquer informação que possa ajudar na identificação ou localização dos assassinos, pode usar o Whatsapp do Portal dos Procurados (21) 98849-6099 ou também o número da Central de Atendimento do Disque Denúncia (21) 2253-1177. Outras opções são a página do Portal dos Procurados no Facebook e o aplicativo Disque Denúncia-RJ. O portal garante o anonimato.

Delegado é afastado após comentários sobre assassinato de Marielle Franco

(Foto: Internet)

O delegado Jorge Ferreira foi afastado da sua função a frente do Departamento de Polícia da Mulher em Pernambuco. A medida foi tomada após o delegado ter utilizado uma rede social para fazer comentários sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL).

(Foto: Reprodução)

Na postagem publicada no sábado (17), Jorge Ferreira teria dito que a vereadora assassinada na semana passada era “mulher de bandido” e estava envolvida com o narcotráfico. A mensagem provocou uma reação e gerou críticas à postura do delegado.

Na tarde desse domingo (18) o delegado afirmou que a mensagem não foi postada por ele. “Nunca falaria uma coisa dessa natureza. Até porque eu trabalho em uma delegacia especializada em crimes contra a mulher e fui escolhido pelo meu caráter.”

SDS se pronuncia

A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) do Estado abriu sindicância para apurar a conduta do profissional. Em nota oficial, o Governo de Pernambuco e a SDS afirmam que o delegado foi afastado do plantão da Delegacia da Mulher, “em decorrência de declarações publicadas a respeito do bárbaro assassinato da vereadora Marielle Franco, em uma rede social”.

O conteúdo da postagem foi encaminhado à Corregedoria Geral da SDS, que iniciou uma investigação, na qual o servidor terá direito à ampla defesa e ao contraditório”. Até a conclusão do procedimento administrativo, o servidor ficará à disposição do setor de recursos humanos da Polícia Civil.

Movimentos Sociais de Petrolina realizam ato em protesto contra o assassinato da vereadora Marielle Franco

Representantes de diversos movimentos sociais e partidos políticos de Petrolina (PE), a exemplo do PT, PSOL, PCB PC do B, Marcha Mundial das Mulheres, Levante Popular da Juventude, Associação das Mulheres Rendeiras, Associação Sertão LGBT – Vale do São Francisco, se reuniram neste sábado (17) no centro de Petrolina (PE), em protesto contra o assassinato da vereadora do PSOL do Rio de Janeiro, Marielle.

Marielle Franco foi executada com quatro tiros na cabeça, na última quarta-feira (14), quando ia para casa no bairro da Tijuca, zona norte do Rio, retornando de um evento ligado ao movimento negro, na Lapa.

O protesto realizado em Petrolina iniciou por volta das 9h da manhã na praça do Bambuzinho, onde várias lideranças discursaram pedindo o fim da violência contra a mulher, o fim do racismo e da homofobia. Os manifestantes também protestaram contra o governo do presidente Michel Temer, a quem chamaram de golpista.

Nas falas também, eles pediram ao prefeito Miguel Coelho mais políticas públicas para os bairros da cidade.

Natália Neres, uma das coordenadoras do movimento e representante da Associação Sertão LGBT – Vale do São Francisco, pediu mais segurança para as mulheres de Petrolina.

“A cidade de Petrolina é uma das mais violentas de Pernambuco. Então diante disso, a gente fica pensando se não seremos as próximas. Por isso, a gente exige do prefeito de Petrolina, políticas públicas voltadas para a nossa segurança. Em Petrolina tem mulheres que tem voz, tem voz política, então elas exigem”, cobrou a Natália.

Com faixas e cartazes, o grupo saiu em passeata pelas ruas do centro gritando palavras de ordem. Na avenida Guararapes fizeram uma parada em frente à prefeitura municipal, em um ato simbólico para chamar a atenção do prefeito, para suas reivindicações.

Assassinato da vereadora é um atentado à democracia, diz Temer

(Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República)

O presidente Michel Temer disse hoje que o assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, e de seu motorista, Anderson Gomes, é “inaceitável” e “inadmissível”. Em vídeo divulgado nas redes sociais, Temer ainda classificou o crime como um “atentado ao Estado de Direito e à democracia”.

Depois de lamentar o crime, o presidente voltou a se manifestar sobre o caso e reafirmou que o governo vai acompanhar as investigações e quer solucionar “no menor prazo possível”.

“O assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, é inaceitável, inadmissível, como todos os demais assassinatos que ocorreram no Rio de Janeiro. É um verdadeiro atentado ao Estado de Direito e um atentado à democracia. No particular, no caso especial, que estamos aqui discutindo, trata-se de um assassinato de uma representante popular, que ao que sei, fazia manifestações, trabalhos, com vistas a preservar a paz e a tranquilidade na cidade do Rio de Janeiro”, declarou Temer.

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