Associação de Delegados da PF emite note após delegado relatar tratamento diferenciado a ex-ministro da Educação

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) emitiu uma nota pública reagindo após a fala do delegado Bruno Calandrini sobre uma suposta interferência da PF na Operação Acesso Pago, que tem como um dos alvos o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro.

A ADPF afirmou que irá acompanhar as apurações internas para resguardar a autonomia dos profissionais da entidade. E reafirmou que a PF não pode ser exposta a interferências:

“A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) acompanha com atenção as notícias sobre a operação Acesso Pago, que resultou na prisão preventiva do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e de outras pessoas supostamente envolvidas em tráfico de influência no Ministério. A entidade sempre irá defender a total autonomia investigativa do Delegado de Polícia Federal”, diz a nota da entidade.

LEIA MAIS

Ex-ministro da Educação é preso em operação da PF

Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação, foi preso pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (22). Ele é investigado por corrupção na liberação de verbas do ministério, a partir de um esquema de tráfico de influência envolvendo pastores evangélicos na “Operação Acesso Pago”.

LEIA TAMBÉM

Ministro da Educação entrega cargo a Bolsonaro para evitar danos à campanha

Ribeiro comandava o MEC até o começo deste ano, quando o escândalo foi divulgado pela imprensa nacional. As ordens judiciais foram emitidas pela 15ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal, após declínio de competência à primeira instância.

LEIA MAIS

Victor Godoy é efetivado no Ministério da Educação

(Foto: MEC/Divulgação)

Victor Godoy, que estava ocupando o Ministério da Educação (MEC) de forma interina, foi nomeado novo ministro da pasta. O Diário Oficial da União desta segunda-feira (18) traz um decreto que efetiva Godoy no comando do MEC.

LEIA TAMBÉM

Pastores ligados a ministro da Educação teriam pedido dinheiro e barras de ouro em troca de recursos para construção de escolas

Ele assumiu a Educação após a saída de Milton Ribeiro, que foi rifado por conta de um escândalo de corrupção envolvendo pastores. Godoy atuava como secretário-executivo do MEC e estava como interino desde o final de março.

Godoy é a quinta nomeação do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), para a Educação em menos de quatro anos de governo. Antes dele, Ricardo Vélez Rodriguez, Abraham Weintraub, Carlos Alberto Decotelli e Milton Ribeiro ocuparam a pasta.

Bolsonaro nomeia ministro interino para MEC

Victor Godoy é o novo titular da Educação (Foto: MEC/Divulgação)

Victor Godoy Veiga foi nomeado como ministro interino da Educação. A nomeação vem após a exoneração de Milton Ribeiro, que teria conhecimento de um suposto esquema de corrupção envolvendo pastores e o MEC. A nomeação do novo titular veio nesta quarta-feira (30).

LEIA TAMBÉM

Ministro da Educação entrega cargo a Bolsonaro para evitar danos à campanha

Godoy atuava como número dois do MEC desde julho de 2020. Ele foi secretário-executivo da Educação e é engenheiro de Comunicação de Dados, graduado pela Universidade de Brasíia (UnB). Também atuou como auditor da Controladoria-Geral da União (CGU).

Pastores ligados a ministro da Educação teriam pedido dinheiro e barras de ouro em troca de recursos para construção de escolas

Pastores que controlam o chamado “gabinete paralelo” do Ministério da Educação (MEC) pediram pagamentos em dinheiro e até ouro em troca da liberação de recursos para construção de creches e escolas. A informação é do Estadão, que nesta semana denunciou a suposta corrupção na pasta federal.

LEIA TAMBÉM

Em áudio, ministro da Educação diz priorizar prefeitos amigos de pastor

O relato é do prefeito de Luis Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB). Segundo o gestor, o pastor Arilton Moura pediu o pagamento de R$ 15 mil antecipados para protocolar as demandas da prefeitura e mais 1kg de ouro após a liberação dos recursos.

LEIA MAIS

Em áudio, ministro da Educação diz priorizar prefeitos amigos de pastor

Numa conversa gravada, o ministro da Educação Milton Ribeiro admitiu que prioriza o atendimento a prefeitos que chegam ao ministério por meio dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Falando a dirigentes municipais dentro do ministério, Ribeiro disse que segue ordem do presidente Jair Bolsonaro (PL). A captura do ministério pelos pastores, que intermediam o acesso de prefeitos ao Ministério da Educação e controlam a agenda do ministro, foi revelada pelo Estadão em uma série de reportagem.

Na conversa gravada, Milton Ribeiro diz que a liberação de recursos foi um “pedido especial” de Bolsonaro. “Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do (pastor) Gilmar (Santos)”, diz ele – Arilton Moura e Gilmar Santos estavam presentes na reunião. “A minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, diz ele. O áudio foi revelado pela Folha de S.Paulo.

“Não tem nada o com Arilton, é tudo com o Gilmar”, diz Milton Ribeiro, provocando risadas do interlocutor. Como mostrou o Estadão, Gilmar e Arilton estiveram em pelo menos 22 agendas oficiais do Ministério da Educação desde o começo de 2021, sendo 19 delas com a presença do ministro.

LEIA MAIS

Ministro da Educação diz que “universidade deveria ser para poucos”; Ele ainda fez declarações sobre as cotas

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que o ensino superior não deveria ser para todos, mas “para poucos”. A declaração foi dada em entrevista à TV Brasil na noite da última segunda-feira (09).

“Universidade deveria, na verdade, ser para poucos, nesse sentido de ser útil à sociedade”, declarou o ministro. A fala foi uma defesa do ensino técnico, que seria mais “útil à sociedade”, segundo Milton Ribeiro.

“Tenho muito engenheiro ou advogado dirigindo Uber porque não consegue colocação devida. Se fosse um técnico de informática, conseguiria emprego, porque tem uma demanda muito grande”, disse à TV Brasil, no programa “Sem Censura”.

Milton Ribeiro é ex-vice-reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.

LEIA MAIS

Bolsonaro confirma indicação de Milton Ribeiro para o MEC

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou a indicação de Milton Ribeiro para assumir o Ministério da Educação (MEC). A informação foi compartilhada pelo chefe de Estado, no final da tarde desta sexta-feira (10), pelo seu Facebook oficial.

A nomeação, inclusive, já foi publicada no diário oficial da União, numa edição extra.

Na publicação, Bolsonaro detalhou itens do currículo de Ribeiro, que é graduado em Teologia, formado e mestre em Direito, é doutor em Educação, pela Universidade de São Paulo (USP).