Depois de reativar o Ministério das Comunicações, Bolsonaro admite recriar Ministério da Segurança Pública e não descarta Ramagem

O presidente da República, Jair Bolsonaro, admite a aliados que pode recriar o Ministério da Segurança Pública, mas ainda não definiu uma data. As informações são do blog da jornalista Andreia Sadi no G1.

Segundo a publicação, interlocutores do presidente defendem que a pasta só seja recriada após a pandemia do coronavírus. O temor é por um novo desgaste em meio à crise sanitária, já que a nova pasta será separada do Ministério da Justiça e passará a comandar a Polícia Federal.

Para chefiar a pasta, que comandará a Polícia Federal, está cotado Alexandre Ramagem — que era o nome do presidente para a direção da Polícia Federal, mas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, barrou a indicação. Ramagem é amigo pessoal do presidente Bolsonaro e de sua família.

Quando assumiu, Bolsonaro juntou a Segurança Pública com o Ministério da Justiça como exigia Sergio Moro. O ex-juiz deixou o governo no dia 24 e abril, acusando Bolsonaro de interferência política ao querer mudar a direção-geral da Polícia Federal.

Moro anuncia saída do governo Bolsonaro após demissão de chefe da PF

Moro concedeu coletiva hoje de manhã (Foto: Internet)

Sergio Moro promoveu uma coletiva de imprensa na manhã dessa sexta-feira (24) para anunciar sua saída do governo Jair Bolsonaro (sem partido). A decisão veio após Bolsonaro exonerar, hoje, o diretor chefe da Polícia Federal, Maurício Valeixo.

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“Queria lamentar a realização desse evento na data de hoje, estamos passando por uma pandemia. Busquei ao máximo evitar que isso acontecesse e peço a compreensão de todos, não foi por minha opção“, explicou Moro que estava visivelmente abalado.

Inteferências

Durante a coletiva, Moro comentou da sua carreira enquanto juiz federal e destacou as ações de combate à corrupção. Em sua fala, ele lembrou ter recebido carta branca de Bolsonaro e deixou claro a insatisfação com a interferência do Poder Executivo. “Desde 2014, sempre tive uma preocupação constante de interferência do Executivo nas investigações da Lava Jato“, afirmou.

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Moro é contrário a desmembramento (Foto: Carolina Antunes/PR/Flickr)

O presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) mudou de ideia e afirmou que não mais tentará esvaziar a pasta de Sergio Moro no Governo Federal. Durante a semana Bolsonaro chegou a admitir a possibilidade de separar o Ministério da Justiça da Segurança Pública, tirando o status de “super ministro” do ex-juiz da Lava-Jato.

“O Brasil está indo muito bem. Os números indicam que a segurança pública está indo no caminho certo. A minha máxima é: em time que está ganhando, não se mexe”, sinalizou o presidente da República.

Em viagem à Índia, Bolsonaro ainda comentou que Moro é contrário ao desmembramento das pastas, contudo, essa decisão tem força da “bancada da bala”, na Câmara e do próprio presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Moro é hoje o ministro mais bem avaliado no Governo de Bolsonaro, superando inclusive a aprovação do presidente da República.